O governo da África do Sul ameaçou na quinta-feira reprimir as manifestações violentas que começaram esta semana em protesto aos serviços precários oferecidos à população, aumentando a pressão imposta ao presidente Jacob Zuma por uma série de greves. A polícia disparou balas de borracha e lançou gás lacrimogêneo contra manifestantes, na quarta-feira, que pediam a destituição de autoridades locais do partido do governo, o CNA, ao qual acusam de corrupção. Vários manifestantes foram presos. A crise é um teste para Zuma, que assumiu o cargo em maio após prometer ajudar os pobres. Limitações financeiras da maior economia da África reduziram a sua capacidade para executar a principal plataforma da campanha eleitoral do CNA. "A lei precisa seguir seu curso. Lidaremos brutalmente com isso porque não podemos permitir isso. Não vamos permitir que ninguém atinja seus objetivos por meios ilegais", disse o ministro de Governança Cooperativa, Sicelo Shiceka, à rádio Talk Radio 702. Os protestos ocorrem num momento difícil para o governo, que já enfrenta pressão dos trabalhadores do setor público e do privado que ameaçam com greves para conquistar melhores salários. O sindicato do setor de combustíveis concordou com a proposta de 9,5 por cento de aumento na quinta-feira, mas advertiu que poderá entrar em greve de novo na semana que vem em solidariedade aos trabalhadores dos setores químico e de papel. Os sindicatos dos setores da exploração do ouro e de carvão avaliam uma proposta de aumento salarial. Caso rejeitem a oferta, haverá paralisações em algumas das maiores minas do mundo. A polícia disse que a calma voltou ao distrito de Siyathemba, a sudeste de Johanesburgo, após quatro dias de manifestações. A violência foi deflagrada em diversos municípios após uma série de greves. Os protestos, com cenas que lembraram os ataques a estrangeiros no ano passado que deixaram 62 mortos, prejudica os esforços do governo sul-africano para mostrar uma imagem positiva do país a menos de um ano da Copa do Mundo.
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