Grupo que estava em estação incendiada na Antártida volta o país

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Por Redação
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O avião da Força Aérea Brasileira trazendo 41 brasileiros que estavam na estação do país na Antártida, atingida por um incêndio no sábado, chegou na madrugada desta segunda-feira ao Rio de Janeiro. O ministro da Defesa, Celso Amorim, recepcionou o grupo na base aérea do Galeão junto com o comandante da Marinha, almirante Julio Soares de Moura Neto, e prometeu reconstruir a Estação Antártida Comandante Ferraz. Dois militares da Marinha foram mortos no incêndio, que destruiu 70 por cento da base brasileira. "Vamos dar total apoio à Marinha nas investigações e na reconstrução da base. As próprias famílias que tiveram mortos no acidente reconheceram que não houve falta de atenção com a segurança, que evidentemente será redobrada", disse Amorim a jornalistas. O comandante da Marinha disse que uma nova estação será construída pelo país na Antártida. "Uma nova estação será construída com tecnologia mais moderna. No próximo verão a estação já deve estar funcionando", disse. Os corpos dos dois militares que morreram na Estação Comandante Ferraz devem chegar ao Brasil até terça-feira, de acordo com o Ministro. Os corpos ainda estão na base chilena na Antártida. Ao todo, 26 pesquisadores, 12 militares da Marinha, um funcionário do Ministério do Meio ambiente e um alpinista, além de um militar que ficou ferido no incêndio voltaram ao país. "A temperatura do incêndio chegou a mil e seiscentos graus. Combatemos o fogo com água, neve, força e suor, mas não foi possível", disse emocionado o tenente Pablo Tinoco, da Marinha, que ajudou no combate as chamas e atuou junto com os dois militares que morreram no incêndio. "Fizemos o que era possível, mas a estação queimou junto com o sonho de vida de muita gente. Era muita história, pesquisa e resultados", completou. O vôo saiu de Punta Arenas, no Chile, para onde o grupo foi levado após o incêndio, e fez uma parada em Pelotas, no Rio Grande do Sul, para deixar quatro pessoas. Em seguida, o vôo veio para o Rio de Janeiro. "Estou sofrendo muito até agora. Foi como se eu tivesse perdido a minha própria casa, um pedaço de mim e da minha história", disse a bióloga Terezinha Abscher, que atuava na estação. O incêndio começou na casa de máquinas onde ficam os geradores que forneciam energia para a estação. Em nota divulgada no domingo, a presidente Dilma Rousseff disse ter recebido com "grande consternação" a notícia do incêndio na estação brasileira e afirmou que o Brasil tem firme disposição de reconstruir sua base na Antártida. (Reportagem de Rodrigo Viga Gaier e Thales Carneiro; Edição de Eduardo Simões)

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