A outra face dos jogos eletrônicos

"Games" palavra que, quase sempre, nos remete a ideia de um público jovem, homens em sua maioria e, muitas vezes, até com uma pitada de preconceito, desocupação. Mas atualmente, essas ideias estão totalmente equivocadas, o público é outro, o propósito é outro e, na era digital, tem se tornado uma importante ferramenta de negócios. Confiram o post a seguir, surpreendam-se e até divirtam-se!

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Por Guias Oesp
Atualização:

Indústria de games faturou US$ 74 bi em 2011.

É isso mesmo, timidamente e sem muito alarde os games, cada vez mais conquistam o público e se tornam peça importante para a economia mundial no segmento de entretenimento. Em 2011, teve um crescimento considerável, 10,4% a mais que 2010. Foto: Estadão

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Não é brincadeira

Com esse trocadilho conveniente, a indústria dos jogos eletrônicos está no topo da lista de faturamentos previstos entre as indústrias culturais até 2015.

Presente em todas as plataformas, TV's, celulares e até nas redes, os games vem cada vez mais conquistando a simpatia dos mais diversos tipos de público e deixando de ser visto apenas como "joguinhos de computador" e sim como uma forma diferente de entretenimento. "Os jogos eletrônicos não são mais feitos para crianças. Temos encontrado muitos consumidores, superando já o público infantil. Essa alteração de público também contribuiu para o crescimento da área", afirma o coordenador do departamento de computação da Pontifícia Universidade Católica (PUC - SP), David de Oliveira Lemes.

A indústria cresce por que tem uma grande vantagem perante as outras: alta capacidade de faturamento, com investimento relativamente menor, isso se compararmos com produções, normalmente bilionárias como cinema, por exemplo.

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Tá crescendo

O faturamento da indústria de games no Brasil subiu 45% no período de um ano, indo de R$ 426,6 milhões, em 2010, para R$ 651,7 milhões, em 2011.

Estudo recente feito nos Estados Unidos aponta o Brasil entre os quatro maiores consumidores na área de jogos, com 39 milhões de jogadores ativos, atrás da Alemanha, Rússia e dos Estados Unidos.

Em questão de empregabilidade a indústria de jogos eletrônicos responde pela criação de 3 mil a 4 mil empregos diretos formais no país.

Obstáculos Brasileiros

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Não é difícil imaginarmos o motivo de, no Brasil, a indústria ainda ser tão inexpressiva. Altos impostos, pouco apoio financeiro do governo e a consequência desses dois, a pirataria.

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É impossível calcularmos a quantidade de jogos piratas na indústria brasileira, mas pra se ter uma ideia, no ano de 2004 a Abragames - Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos estimou que 94% dos games consumidos no país consistiam em mercadorias pirateadas, e que o índice não teve muita alteração até hoje.

Segundo Álvaro Gabriele, coordenador do curso de Desenvolvimento de Games da FATEC, a pirataria é o principal problema para o crescimento dessa indústria no Brasil. "Se existe pirataria, não há investimento no setor, nem estímulo à produção local. Se não há investimento, nem estímulo, é preciso importar os jogos. A importação é cara em razão da cobrança de impostos abusivos por parte do governo. Se comprar um jogo original é caro, mas as pessoas querem jogar, acabam procurando e adquirindo produtos piratas, originando um círculo vicioso, onde quem mais sai perdendo são as pessoas interessadas em fazer com que o mercado cresça, evolua e torne-se um concorrente forte para os padrões internacionais", explicou.

Mas há outros entraves pelo caminho: a falta de mão de obra qualificada, o que inibe a inovação, peça fundamental para a sustentabilidade do negócio, tanto que, para os entendidos, os jogos nacionais não despertam interesse se comparados aos internacionais.

Boa notícia e Jogo Justo

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No ano passado, o representante da ACIGAMES, Moacyr Alves, idealizou a campanha "Jogo Justo", em que alertou lojistas e consumidores sobre a taxação abusiva dos jogos eletrônicos no país e o resultado não poderia ter sido melhor, a comissão da Câmara aprovou benefícios fiscais para jogos eletrônicos, além da redução de IPI, texto aprovado também reduz a zero as alíquotas de PIS e Cofins incidentes sobre a importação de games.

Profissão do futuro e mercado aquecido

Estão surgindo grandes empresas interessadas no nicho de entretenimento, focadas principalmente no desenvolvimento de jogos para dispositivos móveis e nessa onda, as empresas procuram estudantes específicos da área e as universidades começam a se especializar no assunto. No Brasil, mais de 20 instituições oferecem aproximadamente 50 cursos ligados ao desenvolvimento de games, entre online, técnicos, graduação e pós-graduação. Computação gráfica, animação, modelagem, empreendedorismo e, principalmente, programação, são alguns dos tópicos ensinados.

A Pontifícia Universidade Católica-SP oferece o curso de tecnologia em jogos digitais, reconhecido pelo Ministério da Educação com nota máxima. De acordo com o coordenador do curso David de Oliveira Lemes, a formação é ideal para quem gosta de programação e arte, em função do uso de desenho e modelagem 3D, roteiro e projetos de jogos digitais. "Os alunos recebem sólida formação humanista e tecnológica, ficando aptos a desenvolver e produzir jogos eletrônicos", diz o professor.

Depois de formados, os tecnólogos são absorvidos por produtoras de games, empresas que desenvolvem aplicativos para celular, agências de publicidade, editoras, produtoras de animação e filmes.

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Gamefication: já ouviu falar?

Provavelmente muitos já ouviram a palavra e a associaram a algo relativo a games, mas é muito mais do que isso. Conhecida também como advergame, trata-se de uma ferramenta de comunicação mercadológica que tem se tornado uma nova tendência do marketing digital, através de jogos interativos, entre empresas e consumidores e, de forma lúdica, contribui para a divulgação da marca e captação de novos clientes, além de ser um valioso e inovador canal de incentivo ao consumo, através de uma plataforma de diversão e conhecimento.

A estratégia envolve projetos em que as empresas, de acordo com seus objetivos pré-estabelecidos, oferecem recompensas a participantes que realizem tarefas pré-determinadas, voltadas para a recomendação e divulgação da marca. Essas recompensas podem variar entre incentivos on line, como os conhecidos "badges" até prêmios físicos.

As mídias sociais têm tido papel chave nesse novo modelo de negócio digital, já que é natural a tendência de recomendação e interação do público dessas mídias com as empresas com as quais tem afinidade.

 Foto: Estadão

Empresas, aproveitem os benefícios:

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Aumento da fixação da mensagem e da marca

Através da interação do cliente com o jogo e num momento de total receptividade do internauta, pois ele acessou o site por vontade própria.

Ações de marketing viral

Os famosos "indique para um amigo" ou "envie para um amigo".

Aumento de audiência dos sites

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A reentrada no portal, além de permitir o aumento da audiência, permite também a ampliação e segmentação da base de dados através da captação de informações chaves do seu público-alvo, construindo um mailing segmentado.

Maior exposição ao produto

A interação do internauta é com a marca, o que faz com que a exposição ao produto seja muito maior do que numa mídia tradicional, como a TV, por exemplo, em que não há interação, o consumidor funciona apenas como receptor da mensagem.

O Brasil não está atrás, pelo contrário

Fiat, Pão de açúcar, Casas Bahia e Allianz Seguros, são alguns exemplos de organizações que compraram a ideia e adotaram os games como estratégia de marketing. E estão fazendo agora o que já é feito há muito tempo nas redes sociais, trocar com os "amigos" experiências e atingir o maior número de pessoas possíveis. Por isso, é importante que os games tenham canais de interação nas mídias sociais.

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Fiat Uno Color Race

É um exemplo de advergame brasileiro de sucesso, chegou a figurar em 1º lugar na lista de downloads brasileiros. Nele, o usuário podia customizar seu Uno e jogar 20 fases com dificuldades diferentes.

 Foto: Estadão

Baixe o jogo aqui: http://www.baixaki.com.br/iphone/download/fiat-uno-color-race.htm

Games em Campanhas Políticas

Isso mesmo, até em campanhas políticas os games têm tido um papel importante. Um exemplo é o Pacto pelo Pará, desenvolvido por Vince Vader, professor da Escola Superior de Propaganda e Markegint - ESPM. O jogo foi usado na campanha do candidato a governador do Pará, Simão Jatene do PSDB, em 2010. Uma interface muito simples convida o jogador a solucionar problemas ligados a educação, transportes, cultura, economia, etc. No final de cada tela o jogador podia, ainda, deixar uma sugestão em 140 caracteres dando opiniões sobre como melhorar o estado do Pará.

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Jogue no link http://www.vincevader.net/conference/

 

Fontes de pesquisa: Abragames/Acigames/Estadão.com

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