Hamas acusa Israel de assassinar líder militar

O grupo islâmico palestino Hamas acusou ontem Israel de assassinar um de seus comandantes militares de alto escalão em um hotel de Dubai e prometeu vingança. Mas a polícia local disse que um grupo criminoso cometeu o crime, acrescentando que a maioria dos suspeitos tinha passaporte europeu e deixou o emirado.O Hamas afirmou que Mahmoud al-Mabhouh, de 50 anos, foi envenenado e eletrocutado no dia 20 por agentes israelenses. Ele era um dos fundadores do braço militar do Hamas e um alvo de Israel desde que planejou a captura de soldados israelenses na década de 80 durante uma revolta palestina.O governo israelense não comentou a acusação do Hamas. Os Emirados Árabes Unidos não têm relações com Israel, mas mantêm negócios com companhias israelenses.Um irmão de Mabhouh disse que ele já havia sobrevivido a duas tentativas de assassinato por parte de Israel, entre elas uma por envenenamento seis meses atrás. Na ocasião, Mabhouh ficou mais de 30 horas inconsciente em Beirute. "Era previsível que o Mossad tentasse assassiná-lo de novo", disse, referindo-se ao serviço secreto israelense que atua no exterior.O líder do Hamas no exílio, Khaled Meshaal, discursou ontem no enterro de Mabhoub, em Damasco. Israel já matou dezenas de líderes do Hamas, fundado há duas décadas como um movimento de resistência contra a ocupação israelense.