A pré-candidata democrata à Casa Branca, Hillary Clinton, usou uma visita de campanha a um posto de gasolina da Pensilvânia, na sexta-feira, para promover propostas a fim de evitar o aumento dos custos energéticos, o que segundo ela está levando os norte-americanos à recessão. Hillary defendeu investimentos em energias alternativas, padrões mais rígidos para o consumo de combustível em veículos e uma moratória de um ano nos incrementos das reservas estratégicas de petróleo dos EUA. De acordo com ela, nem Barack Obama, com quem ela disputa a indicação democrata, nem o virtual candidato republicano, John McCain, têm planos fortes para "energia limpa". "Há muitos lugares no nosso país, e há muitas famílias que já estão em recessão, que estão sob forte estresse econômico. Acredito que estejamos numa rota que vá piorar o estresse econômico", disse Hillary no posto de gasolina no Estado que realiza eleições primárias em 22 de abril. Ela lembrou que o preço do barril do petróleo saltou de cerca de 20 dólares para mais de 110 dólares durante o governo do republicano George W. Bush, iniciado em 2001. Na opinião de Hillary, Bush deveria ter feito mais pressão para que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) aumente a produção. "Não serei uma presidente que dará as mãos aos sauditas", afirmou. A senadora disse que Bush deveria estabelecer uma moratória de um ano nos acréscimos feitos à reserva estratégica de petróleo, pois ela acredita que a formação de estoques não faz sentido numa época de preços tão altos. A reserva foi criada em 1975 pelo Congresso para preparar o país para momentos de eventuais choques de oferta, como ocorrera dois anos antes. Atualmente, o governo Bush acrescenta 70 mil barris por dia à reserva estratégica, que até o fim do mês deve alcançar um recorde de 700,7 milhões de barris. O acúmulo pode chegar a 125 mil barris por dia sob um plano do Departamento de Energia, que faria o governo disputar petróleo com as refinarias durante o período das férias de verão, quando o consumo de gasolina cresce. Hillary defendeu investimentos de 150 bilhões de dólares em "energia limpa" e argumentou que as empresas de petróleo deveriam bancar esse valor ou pelo menos destinar uma parte de seus lucros "exorbitantes" à pesquisa e ao desenvolvimento dessas matrizes energéticas. Ela lembrou que recentemente a Exxon Mobil bateu recorde de lucratividade nos EUA, e defendeu o fim das isenções fiscais para o setor. Em 2005, Obama votou no Senado a favor de uma lei que formulava a política energética dos EUA --à qual Hillary disse ter se oposto por manter bilhões de dólares em subsídios ao gás e petróleo. McCain, segundo ela, defende benefícios fiscais para empresas de petróleo.
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