Médicos do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) decidiram interromper desde ontem o atendimento na emergência da unidade. A decisão foi motivada por superlotação e um caso de contaminação por superbactéria. Por causa de uma obra, a emergência funciona em um contêiner há um ano e oito meses, com capacidade para 35 pacientes, mas recebe mais que o dobro. A chefia de cirurgia vascular do hospital suspendeu os transplantes renais aos entre sextas e domingos por falta de equipe. A Polícia Federal instaurou inquérito para apurar possível mau uso de verba pública nas obras no setor de emergência do hospital. O fechamento temporário da emergência - conhecida como emergência de lata -, foi decidido em reunião entre médicos do HFB, Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremerj) e do Sindicato dos Médicos. O atendimento será retomado depois que a emergência estiver em "condições de receber pacientes de forma digna", informou o Cremerj em nota. "O hospital está morto. Faltam insumos, medicamentos. As condições estão insalubres para médicos e pacientes", informou o diretor do Sindicato dos Médicos, Júlio Noronha. A situação se agravou com uma pane no sistema de troca de ar na emergência. Apesar de alertas da Divisão de Engenharia para o risco de contaminação, o setor foi mantido em funcionamento. A direção do hospital informou que não sabia da decisão dos médicos de interromper o atendimento.
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