Foi encerrado, nesta quarta-feira, 26, o inquérito policial que investigou o caso de tortura e cárcere privado da menina L.R.S., de 12 anos. O relatório manteve o indiciamento de seis pessoas, a maioria delas parentes da empresária Silvia Calabresi Lima, de 42 anos, presa na semana passada com a empregada doméstica Vanice Maria Novais, 23. Veja também: Ex-empregada é a sexta a acusar empresária de agressão em GO Empresária admite agressão e nega loucura Empregada mantinha diário de tortura, relata menina No relatório, a delegada Adriana Accorsi indica que a família de Silvia - mãe adotiva, filho e marido - também foi responsabilizada pelos crimes da empresária, que tiveram início há 17 anos quando ocorreu a primeira denúncia de maus-tratos, segundo seis vítimas que se apresentaram à delegacia. Agora, o inquérito será avaliado pelo juiz José Carlos Duarte, da 7ª Vara Criminal de Goiânia, que já homologou os chamados "autos de prisão em flagrante" da empresária e da empregada doméstica. O juiz não quis falar sobre o pedido de prisão de um dos três filhos da empresária, que não compareceu à Delegacia para depor. Há cinco dias, ele fez uma única afirmação sobre o caso, por meio da assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça de Goiás. "Vou aguardar o inquérito e a denúncia, caso venha. Não quero saber de possibilidades, de cogitações pois terei de me ater ao fato concreto, ao que as investigações conseguirem provar", afirmou. A prisão da empresária e seu envolvimento com seis casos de espancamentos, cárcere privado e tortura ganhou outras conotações graves, nos últimos dias. É que Silvia Calabresi Lima, que se negou a depor na delegacia mas disse à Policia que ganha R$ 3 mil/mês, é uma empresária mal-sucedida, com dívidas diversas a quitar. O próprio Tribunal informou, terça-feira, 25, que a empresária é a figura central de duas demandas na 2ª Vara Cível de Goiânia: uma delas, a ação de dissolução e liquidação de sociedade, se refere a uma empresa (Kosmetil Ltda), que ela tocou em 2002 com a sócia Irene Ribeiro Malta. Segundo o processo e a sócia, ela jamais integralizou o capital social negociado e, ainda, desviou os recursos financeiros da empresa.