Inspetor da ONU promete laudo 'crítico' sobre violência

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Por PEDRO DANTAS
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Em seu primeiro dia de visita ao Rio, o relator especial das Nações Unidas (ONU) para Execuções Sumárias, Arbitrárias e Extrajudiciais, o australiano Philip Alston, prometeu aos militantes das entidades civis um relatório crítico e conciso com no máximo 20 recomendações para que a ONU e a sociedade "cobrem medidas efetivas" dos governos. O fato de Alston, professor de direito na Universidade de Nova York, não integrar o corpo diplomático da entidade aumentou as expectativas dos militantes por um relatório sem "preocupações com a diplomacia". "Meu papel não é fazer uma avaliação sensacionalista, mas atuar como um catalisador de denúncias", disse Alston, que não conhecia o País e ressaltou que "não tem opinião fechada" sobre a situação no Rio. Hoje, na PUC-RJ, o relator recebeu um dossiê assinado por entidades da sociedade civil em que os governos estadual e federal são acusados de "gestão violenta sobre as populações das comunidades populares". Ele também recebeu 15 familiares de diferentes vítimas da violência policial na cidade. Cada entrevista durou dez minutos. "Foi muito pouco tempo. Relatei meu caso e entreguei um resumo. Ele ficou perplexo", revelou Elizabeth Medina Paulino, de 44 anos. Ela perdeu os filhos Renan, de 13 anos, e Rafael, de 18, que foram executados junto com outros dois jovens por policiais militares que faziam a segurança da casa noturna Via Show, em Nilópolis, na Baixada Fluminense, em 2003. Dos nove PMs indiciados, apenas um foi condenado e está preso. No sábado, três outros jovens morreram nas mesmas circunstâncias. Amanhã, ele se encontra com o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, Alessandro Molon. Estão previstos encontros com o governador Sérgio Cabral (PMDB) e com a cúpula da Segurança Pública.

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