A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou para o maior patamar desde o início de 2005, refletindo a alta mais forte dos alimentos desde 2002. O indicador subiu 0,83 por cento em novembro, taxa mais elevada desde abril de 2005, após alta de 0,75 por cento em outubro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Analistas ouvidos pela Reuters previam leitura de 0,87 por cento, segundo a mediana das estimativas, que variaram de 0,79 a 0,92 por cento. A média dos três núcleos do índice, calculada por economistas, apontou alta de 0,58 por cento em novembro ante 0,52 por cento em outubro. Segundo o IBGE, o destaque do mês ficou com os alimentos, com a maior alta desde dezembro de 2002. "A alta do IPCA, mais uma vez, foi motivada pelo grupo Alimentação e bebidas, cujos preços aceleraram ainda mais, passando de 1,89 por cento em outubro para 2,22 por cento em novembro. Com isto, o impacto dos alimentos no resultado do mês chegou a 0,51 ponto percentual, o que significa que o grupo respondeu por 61 por cento do índice", disse o IBGE em nota. Entre os destaques no grupo, as carnes saltaram 10,67 por cento, sendo a principal contribuição positiva do mês, de 0,25 ponto percentual --ou 30 por cento. Segundo o IBGE, outros alimentos também apresentaram fortes altas, como o açúcar cristal. Fora do grupo dos alimentos, os destaques de alta foram aluguel, condomínio e energia elétrica em Habitação, e empregados domésticos em Despesas Pessoais. No ano até novembro, o IPCA acumulou elevação de 5,25 por cento e nos últimos 12 meses, de 5,63 por cento, a maior leitura desde fevereiro de 2009. (Reportagem de Rodrigo Viga Gaier e Vanessa Stelzer)