A Presidência do Iraque aprovou a execução de Ali Hassan al-Majeed, conhecido como "Ali Químico", primo e um dos aliados mais próximos do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein. Al-Majeed, condenado por genocídio e responsabilizado pela morte de 100 mil curdos em uma campanha militar no norte do Iraque em 1988, a operação Anfal, deverá ser executado nos próximos 30 dias. Al-Majeed ficou conhecido como "Ali Químico" pela uso intenso de gás mostarda e outros elementos químicos na campanha contra os curdos. Ele foi condenado em junho do ano passado junto a outros dois ex-colaboradores de Saddam, o chefe militar Hussein Rashid al-Tikriti, e o ex-ministro da Defesa Sultan Hashem. Os três deveriam ter sido enforcados em outubro passado, mas a condenação de Hashem causou uma disputa política, depois que líderes sunitas afirmaram que ele não era moralmente culpado, pois "estava apenas cumprindo ordens". Críticas Na ocasião, o vice-presidente sunita Tareq al-Hashemi se recusou a assinar a sentença. A Presidência então entrou em disputa com o primeiro-ministro, que também criticou a Embaixada americana por não entregar os três prisioneiros para a execução - eles permanecem sob poder dos Estados Unidos. Agora o conselho da Presidência aprovou a sentença, mas apenas para "Ali Químico", cuja execução deve ser realizada nos próximos 30 dias, segundo as leis iraquianas. Os outros dois condenados, no entanto, permanecem sem saber se terão a sentença confirmadaou não. A disputa continua indefinida e pode durar infinitamente, mas parte da pressão diminuiu com a confirmação da sentença de Al-Majeed, afirma o correspondente da BBC em Bagdá, Jim Muir. Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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