Irritação e emoção marcam desembarque em Recife

Grávida, advogada saiu do aeroporto direto para o hospital para fazer exames

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Por Agencia Estado
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Depois de mais de 48 horas de muita confusão e reclamações, o dia foi menos tenso neste domingo no Aeroporto Internacional Guararapes/Gilberto Freyre, em Recife. Diferentemente do que ocorreu no sábado, quando 15 vôos foram cancelados e outros 25 apresentaram atrasos superiores a duas horas, nenhum dos 62 vôos programados para operar no local, entre pousos e decolagens, sofreu cancelamento. Até as 14 horas, 12 pousos e sete decolagens estavam fora do horário previsto. A média de atrasos era de uma hora. Do aeroporto para o hospital Depois de três dias tentando chegar em Recife, a advogada Célia Bastos, 31 anos, não conteve a emoção ao desembarcar às 15h30 e ser recebida pelo marido, que a aguardava no aeroporto. Grávida de sete meses Célia passou os últimos dez dias em São Paulo, onde foi participar de um curso. Ela deveria ter chegado ao Recife na última quinta-feira, mas teve que aguardar na lista de espera depois que seu vôo, operado pela GOL, foi cancelado, três vezes seguidas. "Na quinta-feira já estava dentro do avião quando o comandante avisou que teríamos que sair da aeronave porque o vôo havia sido cancelado. Fiquei assustada, mas acreditei quando disseram que em duas ou três horas seríamos encaixados em outro vôo. Esperamos mais de 28 horas até que fomos removidos para um hotel. Na sexta e no sábado aconteceu a mesma coisa. Só que desta vez tivemos que dormir no saguão do aeroporto. Estou cansada e preocupada com a saúde do bebê por causa de todo o estresse que passei. Tive contrações e ninguém da companhia aérea me deu assistência. Isso tudo é um absurdo", reclamou. Do aeroporto, Célia seguiu para um hospital onde foi se consultar com seu obstetra. Quarenta minutos depois, pelo telefone avisou à reportagem: "Graças a Deus está tudo bem com meu filho, mas eu não coloco mais meus pés dentro de um avião até essa palhaçada acabar", desabafou. Passageira passa mal Quem também não pretende voltar a voar tão cedo é a aposentada Celina Granja, 73 anos. Depois de passar mais de sete horas esperando para embarcar no vôo JJ 3574 da TAM, vindo de Brasília, Celina ameaça entra na Justiça contra a Infraero e a empresa aérea. "Passei por um pesadelo. Me senti mal e só contei com a ajuda de outros passageiros. Tenho problemas de pressão e nem assim a empresa acionou um médico para ver consultar. Por sorte, um cardiologista que estava aguardando um outro vôo, na sala de embarque percebeu que eu não estava bem e me ajudou. Ele teve que brigar com o pessoal da Infraero para eles autorizarem resgatarem minha mala, que já havia sido despacha. Um dos remédios, que eu só iria tomar no dia seguinte, estava guardado na mala. Poderia ter morrido", comentou. Atrasos De acordo com a assessoria de imprensa da Infraero, os maiores atrasos neste domingo foram registrados em dois vôos: o GOL 1728, vindo de São Paulo, previsto para 0h01 chegou às 2h13 e o TAM 3866, vindo de Porto Alegre com escala em São Paulo, previsto para as 4h25, aterrissou às 7 horas. Nas decolagens, o maior atraso foi de três horas e meia. O vôo GOL 1663, indo para Porto Alegre, com escalas no Rio de Janeiro e São Paulo, com horário de partida previsto para 00h01 saiu às 2h59 e o um outro da TAM com destino para Porto Alegre e escala em São Paulo, que deveria sair à 00h15, partiu às 3h45. Durante a madrugada, os atrasos variaram entre uma e duas horas, entre chegadas e partidas. A maior demora foi registrada no vôo TAM 3866, vindo de Porto Alegre (RS), com passagem por Guarulhos (SP). A chegada da aeronave era prevista para as 4h25, mas o avião pousou no Recife apenas às 7 horas.

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