Israel ataca Gaza após fim de trégua de militantes

Exército responde aos foguetes lançados pela Jihad Islâmica após israelenses matarem palestinos em Belém

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Por Guila Flint
2 min de leitura

Aviões israelenses atacaram nesta quinta-feira, 13, o norte da Faixa de Gaza, depois que militantes do grupo palestino Jihad Islâmica interromperam uma trégua de uma semana e lançaram foguetes contra o sul de Israel. O grupo acusou Israel de "sabotar" a trégua depois que soldados israelenses mataram quatro militantes palestinos na noite de quarta-feira em Belém, na Cisjordânia. Veja também: Jihad lança foguetes contra Israel após ataque na Cisjordânia Os novos episódios de violência ocorreram depois de uma semana considerada a mais tranqüila dos últimos meses na região. Cerca de 120 pessoas, a maioria palestinos, morreram em episódios de violência envolvendo israelenses e palestinos só neste mês. A Força Aérea israelense disse que seu ataque teve como alvo um grupo que estava lançando foguetes, mas não há relatos de vítimas. O porta-voz do Jihad Islâmico na Faixa de Gaza, Daud Shihab, confirmou que grupo retomou o lançamento de foguetes contra o sul de Israel em represália à operação militar israelense em Belém. Poucas horas depois que soldados israelenses, disfarçados de palestinos, entraram na cidade e mataram três militantes do Jihad Islâmico e um integrante do Fatah, o Jihad Islâmico começou a lançar os foguetes do tipo Kassam contra o território israelense. Um dos foguetes atingiu uma casa na cidade de Sderot, mas não deixou feridos. Durante a manhã desta quinta-feira, foram lançados 13 foguetes e cinco morteiros contra o sul de Israel.  A retomada da violência ocorre em meio a tentativas do governo egípcio de intermediar um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde junho do ano passado. De acordo com Daud Shihab, com o ataque em Belém, Israel "explodiu as tentativas do Egito e já não há mais sentido em se falar de um cessar fogo". O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, declarou que a operação militar em Belém "demonstra que Israel vai continuar perseguindo todos aqueles que têm as mãos manchadas de sangue de judeus, e não importa quanto tempo se passou". Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, denunciou a ação militar de Israel em Belém e a qualificou como um "ato de barbárie". Abbas afirmou que a ação "revela a falsidade do governo israelense, que diz que quer a paz, mas ao mesmo tempo continua cometendo diariamente crimes e assassinatos de palestinos". O Exército israelense afirma que os militantes mortos em Belém estavam envolvidos em atentados recentes contra alvos israelenses. A população de Belém decretou greve geral em sinal de luto pelos militantes mortos. Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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