O Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES) determinou que o adolescente suspeito de ter incendiado uma moradora de rua em Linhares, no norte do Estado, fosse libertado e reintegrado à família. O jovem de 16 anos que confessou o crime, segundo a polícia, voltou para casa na tarde de quinta-feira.De acordo com a promotoria, depoimentos de testemunhas apontam que o jovem não tinha a intenção de cometer o crime e que ele colocou fogo nos colchões sem que a mulher estivesse neles. Diz ainda que a reintegração à família foi determinada pois o adolescente comprovou residência fixa e é estudante.Segundo com o Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) da Polícia Civil em Linhares, a mulher de 64 anos dormia sobre colchões de espuma quando o menor ateou fogo. As chamas se espalharam rapidamente. Outras pessoas que estavam no local tentaram socorrer a vítima, mas, supostamente embriagada, ela não conseguiu deixar o local.Conforme o delegado Fabrício Lucindo Lima, o adolescente disse ter incendiado os colchões por estar incomodado com os moradores de rua na quadra abandonada na região do bairro Aviso, onde usariam drogas e dormiriam. O MP-ES, porém, afirma que o jovem ateou fogo nas peças e que a mulher, ao tentar salvar os colchões, caiu e foi incendiada.O MP-ES informou que abriu um processo administrativo para investigar se houve dolo por parte do jovem ao cometer o ato e que responderá pelo ato na Vara da Infância e Juventude de Linhares e, caso seja comprovado, receberá as punições cabíveis. O delegado do DPJ disse que o inquérito foi finalizado e que a polícia fez a sua parte. "Nossa missão foi cumprida, o crime ocorreu. O MP decidiu soltar o menino e tem direito a isso, mas a equipe fica desestimulada", afirmou Fabrício Lima.De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado, Marinalva Silva Alves está internada em estado gravíssimo no centro de tratamento de queimados do Hospital Dório Silva, no município de Serra. Ela teve 70% do corpo queimado.
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