Os dois presos acusados de cometerem uma chacina que deixou cinco jovens mortos, em Votorantim, no interior de São Paulo, admitiram, nesta sexta-feira, que mataram as vítimas porque eles "estavam atrapalhando os negócios do tráfico local". Segundo o delegado que acompanha o caso, Acácio Aparecido Leite, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), o local da chacina era muito utilizado pelos jovens da cidade, que às vezes faltavam às aulas para namorar. Muitos estudantes chegaram a acampar na região, localizado numa área verde da cidade. Mas, segundo o delegado, a região também era usada pelos traficantes da cidade como local de venda e entrega de drogas. "A presença dos estudantes estava prejudicando as vendas do tráfico", afirmou o delegado da DIG. Ainda de acordo com o delegado, os suspeitos, presos na última terça-feira, 6, eram próximos das vítimas. As investigações ainda não acabaram e a polícia busca novas testemunhas do caso. O crime, que ficou conhecido como a 'Chacina de Votorantim', ocorreu em 23 de outubro quando quatro casais de estudantes, com idades entre 14 e 21 anos, faltaram à aula para namorar no alto de uma colina. Três homens encapuzados renderam o grupo, mandaram que todos se deitassem e atiraram. Três garotas e dois rapazes morreram. Um deles foi baleado no braço e no ombro, mas sobreviveu. Uma outra morte relacionada à chacina também ocorreu na cidade. Segundo o delegado, Wellington de Barros silva, de 21 anos, foi morto no sábado, 27 de outubro, quatro dias após a chacina. Ele era um dos três encapuzados que atacaram as vítimas. Segundo o delegado, ele teria sido morto por membros do próprio bando.