
A imagem de um terrorista mascarado sob o título “OS MORTOS DE MUNIQUE” foi o destaque da capa do Jornal da Tarde de 6 de setembro de 1972. Era a notícia do massacre de Munique, no dia anterior, quando terroristas palestinos invadiram os alojamentos da delegação de Israel na Olimpíada na cidade alemã. Onze esportistas israelenses, entre atletas e técnicos, cinco terroristas e um policial alemão acabaram mortos no decorrer da ação terrorista e da reação alemã.
"'Quatro palestinos morreram, três conseguiram fugir, mas todos os reféns estão mortos. A imagem do que vi me perseguirá durante toda a vida'. Assim, o prefeito de Munique, George Kronowitter, anunciou o desfecho do atentado nas Olimpíadas nesta madrugada, depois de uma grande batalha no aeroporto."
O ataque à delegação israelense foi feito por oito terroristas palestinos que invadiram os alojamentos da vila olímpica. O grupo intitulado Setembro Negro, que no ataque inicial matou dois israelenses e fez nove reféns, exigia a libertação de 234 árabes presos em Israel. Se o pedido não fosse atendido até às 9 horas da manhã daquele dia, os reféns seriam mortos. Após um dia inteiro de negociação sem resultado, os sequestradores exigiram então helicópteros e um avião para fugir para o Egito.
Em uma desastrosa operação das forças de segurança alemãs, franco-atiradores dispararam contra os sequestradores enquanto eles inspecionavam o avião em que embarcariam. Começou uma troca de tiros e um dos sequestradores arremessou uma granada contra um dos helicópteros, enquanto outro disparou contra a segunda aeronave. Todos os nove reféns israelenses morreram. Cinco dos oitos terroristas também foram mortos e três foram presos.
Charge de Biganti no Estadão de 6/9/1972
