Julgamento de comparsa de Champinha inicia atrasado

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Por CAMILLA RIGI
2 min de leitura

Com quase duas horas de atraso, começou às 10h50 o julgamento de um dos acusados de participar da morte do casal de namorados Liana Friedenbach e Felipe Caffé, mortos em 2003. Paulo César da Silva Marques, o "Pernambuco", está sendo julgado em Embu Guaçu. O crime aconteceu em Juquitiba, na Grande São Paulo. Como o caso corre em segredo de justiça, ninguém, além dos parentes das vítimas, tem acesso ao local do júri, formado por quatro mulheres e três homens. A previsão inicial é de que o julgamento dure dois dias. Pernambuco, que responde pelos crimes de homicídio, seqüestro, cárcere privado e estupro, não foi julgado em julho de 2006 com os demais envolvidos por haver recorrido da sentença de pronúncia (decisão de submetê-lo a Júri Popular). O recurso foi negado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Indignado com a demora para o desfecho do caso, o pai de Liana, Ari Friedenbach, chegou bem cedo à Câmara Municipal de Embu Guaçu, onde ocorre o julgamento. Ele criticou o sistema da Justiça brasileira por conta de recursos de advogados de Pernambuco para protelar o julgamento. "É difícil reviver tudo isso de novo. Tudo poderia ter sido resolvido no julgamento do ano passado", diz. Pernambuco é acusado de ter feito o disparo na nuca que matou Felipe Caffé. Muito abatido, o pai do estudante chegou às 9h30 ao julgamento. "Eu não sei qual será a minha reação quando ficar frente a frente com o assassino do meu filho. Não sei como vou reagir", afirmou pouco antes de entrar na Câmara. Champinha Roberto Aparecido Alves Cardoso, conhecido como "Champinha", principal acusado do crime e não julgado por ser menor de idade à época, está recolhido em uma unidade de saúde da Fundação Casa (Ex-Febem) desde o dia 3 de maio de 2007, conforme determinação do juiz do Departamento de Execuções da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça de São Paulo. Em julho de 2006, três dos demais envolvidos no crime foram condenados por júri popular a mais de 169 anos de prisão: Agnaldo Pires pegou 47 anos e três meses de reclusão por estupro; Antonio Caetano da Silva pegou 124 anos por vários estupros; e Antonio Matias pegou seis anos de reclusão e um ano, nove meses e 15 dias de detenção por crime de cárcere privado, favorecimento pessoal, ajuda à fuga dos outros acusados e ocultação da arma do crime.

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