O chefe mafioso Salvino Madonia, condenado à prisão perpétua por assassinato, foi autorizado pela Justiça a inseminar artificialmente sua mulher, já que está proibido por lei de manter relações sexuais com ela, informou nesta quinta-feira a imprensa siciliana. Madonia está preso desde 13 de dezembro de 1991, pelo assassinato do empresário Libero Grassi, que se negou a pagar as extorsões exigidas pela organização criminosa Cosa Nostra aos donos dos negócios da Sicília. O chefe mafioso se casou com Mariangela Di Trapani, filha de outro criminoso, Francesco Di Trapani, que morreu foragido. O casamento foi celebrado na própria prisão em que Grassi está detido, em 23 de maio de 1992, mesmo dia em que foi assassinado o juiz antimáfia Giovanni Falcone, em um brutal atentado que matou também sua mulher e seguranças. Oito anos depois do casamento, a mulher teve o primeiro filho de Madonia, em circunstâncias ainda não esclarecidas. Segundo algumas versões, o filho teria nascido a partir do sêmen do mafioso congelado antes de sua detenção. Essa explicação, no entanto, não convenceu a Justiça, que averigua se Madonia obteve ajuda de funcionários para enviar, para fora da prisão, provetas com seu líquido seminal. A autorização dada agora pelo juiz permitirá que Madonia insemine a mulher, embora o chefe mafioso não vá poder deixar a prisão para a entrega do sêmen. Embora a inseminação tenha sido autorizada em 2004, ainda não havia sido realizada pois a lei de fecundação assistida italiana não é válida para casais que são férteis. No entanto, o advogado de Madonia alegou que seu cliente está em uma situação semelhante à de uma pessoa estéril, pois está impossibilitado de manter relações sexuais com sua mulher, proibição que na Itália se aplica aos condenados à prisão perpétua.