O ex-líder sérvio da Bósnia, Radovan Karadzic, está a caminho de Haia, na Holanda, nas primeiras horas desta quarta-feira, para ser julgado no tribunal para crimes de guerra da antiga Iugoslávia. A notícia foi divulgada pela mídia estatal sérvia. Vários carros deixaram o prédio de um tribunal na capital sérvia, Belgrado, onde Karadzic era mantido desde sua prisão, há nove dias. Karadzic estava foragido há mais de uma década. Ele deve responder a acusações de genocídio e crimes contra a humanidade ligadas ao conflito na Bósnia (1992 a 1995), ocorrido após a desintegração da Iugoslávia. O ex-líder sérvio foi indiciado no Tribunal de Haia em julho de 1995, acusado de autorizar a morte de civis durante o cerco de Sarajevo, que durou 43 meses. Quatro meses depois, foi indiciado por genocídio pela morte de cerca de 8 mil homens e meninos muçulmanos, depois que as forças de seu comandante militar Ratko Mladic tomaram Srebrenica. Gás lacrimogêneo A transferência de Karadzic para Haia é realizada poucas horas depois de uma manifestação em Belgrado contra a sua prisão, que acabou em violência. Mais de 40 pessoas ficaram feridas em choques entre manifestantes favoráveis ao ex-líder sérvio da Bósnia e a polícia nas ruas da capital sérvia, Belgrado. A polícia usou balas de borracha e gás lacrimogêneo para dispersar pequenos grupos. Uma testemunha, Henry Langston, disse à BBC que os manifestantes, a maioria jovens, atacaram os policiais com barras de metal, cestos de lixo e objetos que pegaram nas ruas. Cerca de cem pessoas tentaram romper um cordão de segurança da polícia. O ato público, que chegou a reunir 15 mil pessoas. Os choques ocorreram nos discursos finais da concentração organizada pelo Partido Radical, que é nacionalista. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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