Além de Rio das Ostras, no Rio de Janeiro, três cidades do País usaram um inseticida natural desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para reduzir os focos de Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue: São Sebastião, no Distrito Federal; Três Lagoas, Mato Grosso do Sul; e Sorriso, no Mato Grosso. A diferença desse produto para os larvicidas usados no Programa Nacional de Dengue é a forma de aplicação. O próprio dono da casa se encarrega de colocar as gotas do produto em áreas onde criadouros se formam. Veja também: Especial - A ameaça da dengue Poder público do Rio terá de pagar tratamento de dengue Larvicida ajuda Rio das Ostras-RJ a eliminar dengue Fundação identifica dengue tipo 4 em Manaus; ministério nega Temporão demonstra preocupação com dengue tipo 4 Epidemia de dengue ameaça 30 cidades do País Famosos doam sangue na luta contra dengue no Rio Rio deixou de investir repasse da Saúde contra dengue, diz TCM Temporão diz que Maia sabia do risco de epidemia de dengue Cesar Maia acusa ministério de omissão 'criminosa' por dengue Medo da dengue aumenta procura por repelentes no Rio PM pode arrombar porta de quem dificultar trabalho de agente Dengue atinge status de epidemia no Rio "É uma ajuda poderosa, principalmente quando se leva em conta a resistência de moradores em deixar agentes de saúde entrarem em suas casas", afirmou a pesquisadora que desenvolveu o produto, Rose Monnerat. Feito em parceria com a empresa Bthek , o produto, batizado de Bt-horus, também é testado pelo Ministério da Saúde. Porém, não há data para o governo decidir sobre a adoção do inseticida pelo programa. No momento, o Ministério da Saúde usa dois larvicidas, um deles com mesmo princípio ativo do Bt-horus. O larvicida é produzido a partir de uma bactéria, a Bacilus thuringiensis, usada em vários programas de controle biológico. "Na natureza, ela é encontrada no solo, em insetos mortos", afirma Rose. Mas em número insuficiente para combater as larvas. O produto, porém, com grandes quantidades, consegue matar as larvas do Aedes aegypti e também borrachudos. A bactéria libera uma proteína que destrói a larva. "Para o ser humano, outros insetos e animais o produto é inofensivo, daí a possibilidade de ele ser usado nas casas", explicou a pesquisadora. Em todos os lugares onde foi usado, a população recebeu treinamento prévio. O diretor técnico da Bthek , Marcelo Soares, afirma que nas cidades que o produto foi usado, o número de criadouros sofreu uma significativa redução. Em São Sebastião, assegura, o índice de infestação, que era de 4 (quatro focos do mosquito em cada cem casas visitadas) passou para menos de 1. O larvicida foi usado em 20 mil casas, de dezembro a maio. Em Três Lagoas, acrescentou, 25 mil frascos do inseticida foram distribuídos em 9 bairros da cidade onde havia maior número de criadouros. Segundo Soares, somente cinco casos da doença foram registrados na região onde o produto foi aplicado. Nos 16 bairros restantes, 340 casos de dengue foram contabilizados. Rose, observa, no entanto, que o produto até o momento foi usado como reforço. "Foi uma arma a mais. Em todos os locais, as medidas preconizadas pelo Progama Nacional de Controle da Dengue foram mantidas", afirmou. Matéria alterada às 20h15 para acréscimo de informações