A quatro dias do carnaval, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais quer o recolhimento de serpentinas metálicas das prateleiras do comércio. Hoje, a Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte aprovou, em caráter de urgência, o envio de solicitação ao Procon estadual e ao Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) para a adoção da medida.O contato desse material com a rede elétrica é a principal suspeita para a causa do acidente que matou 15 pessoas eletrocutadas e deixou mais de 50 feridos em Bandeira do Sul, no sul do Estado, durante um evento pré-carnavalesco no domingo, 27. Na ocasião, uma serpentina metalizada teria provocado o curto que causou o rompimento de três cabos de média tensão em meio a um trio elétrico.Foliões levaram uma descarga de quase 8 mil volts. Hoje, doze feridos continuavam internados, sendo dez em Poços de Caldas, um em Campestre e outro no setor de queimados do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII (HPS), em Belo Horizonte, referência nesse tipo de tratamento.A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar o caso e afirma que o laudo da perícia feita no local deve ficar pronto dentro de dez dias. Mas o responsável pelas investigações, delegado Ademir Luiz Corrêa, dá como praticamente certa essa hipótese. Imagens da festa também mostram papéis brilhantes sendo lançados para o alto e, logo depois, o curto e o rompimento dos cabos. A maioria das vítimas era de adolescentes e jovens.Lojas especializadas em fantasias e produtos carnavalescos e sites da internet oferecem uma variedade de serpentinas prateadas, douradas ou até coloridas, mas todas metalizadas. Por preços que variam entre R$ 6 e R$ 15, é possível comprar de tubos que o folião precisa girar com o braço para soltar o adereço até uma espécie "lançador" - que os anúncios fazem questão de dizer que não contém pólvora - capaz de arremessar a serpentina a oito metros de distância. Não há nenhum tipo de exigência para a compra do material.
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