A Câmara dos Deputados deve votar a Lei Geral da Copa nesta quarta-feira, mas persiste a polêmica sobre a necessidade de a Fifa ter de negociar a venda de bebidas com Estados que proíbem o comércio de cerveja nos estádios. A recomendação do governo aos deputados é que seja aprovado o texto original redigido pelo Executivo, que apenas suspende legislação federal contida no Estatuto do Torcedor, que proíbe a venda de álcool nas arenas. O relator da matéria, Vicente Cândido (PT-SP), deve apresentar uma emenda no plenário, tirando de seu parecer -aprovado em Comissão Especial da Câmara- a parte que detalhava a autorização do comércio de bebida nas arenas esportivas. "No caso da bebida, ele (o relator) vai fazer uma subemenda acatando o texto do governo", explicou o líder governista na Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP). "Não quero antecipar, mas cada Estado vai ter que analisar a necessidade ou não de ter uma legislação estadual para também cumprir o contrato", disse o líder. A simples suspensão do Estatuto do Torcedor, prevista no texto original, abre brecha para a interpretação que na ausência da lei federal, valeriam as estaduais. Alguns Estados vedam o comércio de bebidas nos estádios. A Fifa, entidade que comanda o futebol mundial, tem especial interesse neste ponto, por ter uma cervejaria entre seus patrocinadores oficiais. Mas a liberalização das bebidas encontra resistências na bancada evangélica e entre deputados ligados à área da saúde. O governo, por meio do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, tem mantido o discurso de que cumprirá o acordo firmado com a Fifa, garantindo o comércio e o consumo de cerveja, mesmo com a autorização genérica prevista na Lei Geral. A questão das bebidas alcoólicas é a mais polêmica do texto. E, segundo o relator da matéria, é objeto de algumas emendas que devem ser analisadas nesta quarta, após a votação do texto principal. A votação da Lei Geral da Copa já foi adiada algumas vezes, mas lideranças da base e da oposição fecharam acordo na terça-feira para colocá-la em pauta nesta quarta. O projeto define regras para a realização da Copa do Mundo em 2014 e da Copa das Confederações, em 2013. Depois da Câmara, a proposta ainda precisa do aval do Senado para então seguir à sanção presidencial. (Reportagem de Maria Carolina Marcello)
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