Junto com os submarinos, navios e aviões participando dos exercícios militares em larga escala no Pacífico neste mês, uma equipe de leões-marinhos e golfinhos deverão patrulhar o mar. Esses animais marinhos serão levados de avião de San Diego para simulação de detecção e recuperação de minas durante os jogos de guerra bienais Rimpac. Seis golfinhos encontrarão as minas, enquanto quatro leões-marinhos da Califórnia ajudarão a recuperá-las. "Existem sistemas mecânicos que funcionam com certa eficiência nessas áreas, mas não tão bem quanto a Marinha gostaria", disse Tom Lapuzza, porta-voz do Programa de Mamíferos Marinhos da Marinha. " Veículos não tripulados estão se tornando melhores em encontrar minas e lidar com elas, mas ainda não são tão bons quanto os golfinhos". Mais de 40 navios, seis submarinos, 160 aeronaves e quase 19 mil oficiais militares estão participando do Rimpac 2006, que começa nesta segunda-feira e vai até 28 de julho. Ele reúne forças militares da Austrália, Canadá, Chile, Peru, Japão, Coréia, Reino Unido e Estados Unidos para treinamentos na costa do Havaí. Mas os dispositivos de alta tecnologia criados pelos militares não conseguem se equiparar às habilidades naturais dos golfinhos e leões-marinhos, disse Lapuzza. Opositores do programa dizem que os militares não deveriam treinar os animais para o uso em guerras. "Esses animais são altamente sensíveis, criaturas profundamente inteligentes, e usá-los para a tarefas de guerra é abusar deles", disse Wayne Johnson, que está no comitê dos Direitos Animais do Havaí. "Esses animais precisam nadar livres". Os mamíferos marinhos vêm sendo usados pela Marinha desde o começo dos anos 60. Eles fazem a Marinha economizar cerca de US$1 milhão por ano, disse Lapuzza. O Programa de Mamíferos Marinhos, de US$ 15 milhões, possui 75 golfinhos e 30 leões-marinhos em sua instalação em San Diego.
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