Leonardo Pereira, ex-Gol, será presidente da CVM

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Por Redação

O executivo Leonardo Pereira, que era vice-presidente financeiro da Gol, foi indicado para assumir a presidência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), numa pouco usual nomeação de um profissional não diretamente ligado a entidades do mercado de capitais. Pereira foi apontado nesta terça-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e terá que passar por sabatina pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e ser aprovado pela Casa antes de ser empossado para um mandato de cinco anos. Ele substituirá Maria Helena Santana, cujo mandato terminou no último sábado (14). Formado em Economia e Engenharia, Pereira teve passagens por empresas como Net, Globopar e Citibank antes de assumir o comando da área financeira da segunda maior companhia aérea do país em fevereiro de 2009. Alguns profissionais do mercado esperavam que o novo presidente da CVM viesse do próprio Colegiado do órgão ou da BM&FBovespa. "Ele não tem formação técnica nem jurídica, o que pode ser um problema", disse uma fonte próxima à autarquia sob condição de anonimato. Procurada, a BM&FBovespa não comentou a indicação de Pereira para assumir a CVM. Para o advogado sócio do escritório Motta, Fernandes Rocha Advogados e ex-presidente da BM&FBovespa, Luiz Leonardo Cantidiano, a indicação de um profissional com carreira no setor privado para o posto pode sugerir o interesse do governo de que a autarquia tenha uma agenda mais centrada no desenvolvimento do mercado. "Vários dos grandes assuntos que estavam na agenda já foram endereçados nos últimos anos. Acho que agora pode ser mais para desenvolvimento", disse Cantidiano. Maria Helena teve entre seus principais desafios garantir a implementação do padrão de contabilidade internacional IFRS no Brasil. Sua gestão também foi marcada por um aprimoramento dos trabalhos de fiscalização da CVM. A expectativa é que Pereira se concentre no desenvolvimento de regulação para permitir a expansão de instrumentos no mercado de capitais local. TERMO DE COMPROMISSO No início de julho, Pereira ofereceu pagar 200 mil reais para encerrar possesso com a CVM --um procedimento conhecido como termo de compromisso. O executivo era investigado por não ter publicado fato relevante em julho de 2011 avisando sobre mudança de projeções de resultados da Gol. O termo de compromisso não implica em admissão de culpa do investigado. O executivo de 54 anos começou sua carreira no Citibank, onde trabalhou de 1982 a 1995. Pereira também foi diretor financeiro e de Relações com Investidores da empresa de TV paga Net e diretor de Planejamento Corporativo e de Relações com Investidores da Globopar, holding do grupo de comunicação Globo. Enquanto não assume o cargo efetivamente, o diretor da CVM Otavio Yazbek segue na presidência da autarquia como interino. A Gol está definindo os detalhes finais para a indicação de um novo executivo da própria companhia para ocupar a vice-presidência financeira, segundo uma fonte na companhia aérea. (Por Juliana Schincariol, no Rio de Janeiro, e Aluísio Alves, em São Paulo; Reportagem adicional de Luciana Otoni, em Brasília)

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