Líder da oposição de Mianmar reúne-se com ministro militar

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Por AUNG HLA TUN
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A líder da oposição de Mianmar Aung San Suu Kyi, que está presa, reuniu-se com uma autoridade da junta militar na segunda-feira, afirmou a imprensa estatal, mas não foi informado o teor do encontro. A MRTV mostrou 30 segundos de imagens do terceiro encontro entre a Nobel e Aung Kyi, da junta militar, desde que ele foi nomeado como intermediário de negociações depois dos tumultos de setembro. "Soubemos da reunião entre U Aung Kyi e Daw Aung San Suu Kyi esta tarde", disse Nyan Win, porta-voz da Liga para a Democracia, de Suu Kyi. Ele não sabia o conteúdo da reunião, que aconteceu numa instalação do governo, mas disse acreditar que o tema da conversa tenha sido as precondições da junta para que haja negociações diretas entre Suu Kyi e o líder do regime, o general Than Shwe. Than Shwe já propôs negociações diretas desde que Suu Kyi desista da postura de confronto e do apoio às sanções contra o governo militar, que comanda a ex-Birmânia há 45 anos. Observadores afirmaram que a reunião pode ter coincidido de propósito com a reunião anual da Associação dos Países do Sudeste Asiático (Asean), com o objetivo de dirimir as críticas. Cingapura, que sediará a cúpula, manifestou sua repulsa logo depois da repressão aos protestos em Mianmar. Mesmo assim, o grupo resistiu às pressões pela imposição de sanções. O primeiro-ministro de Mianmar, Thein Sein, falaria à Asean pela primeira vez desde a onda de violência, em que quase 3.000 pessoas foram presas. "Acho que é uma medida só para livrar a cara do primeiro-ministro na cúpula", disse um político veterano de Yangon. Suu Kyi, que passou 12 dos últimos 18 anos sob prisão domiciliar, já afirmou que suas reuniões anteriores com Aung Kyi foram construtivas, e que ela estava disposta a trabalhar com os militares para estabelecer negociações. Mas o premiê Than Shwe afirmou no sábado que o único caminho para a reforma política é o "mapa para a democracia" elaborado pela própria junta. Para os governos ocidentais, o "mapa" é um plano para legitimar o domínio dos militares no poder. Segundo o projeto para a nova Constituição, o comandante do Exército será a pessoa mais poderosa do país, com o direito de indicar cargos essenciais no gabinete e de suspender a Constituição em caso de emergência -- definida por ele. (Texto de Darren Schuettler)

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