O senador Carlos García Orjuela, presidente do Partido de la U, a principal força política que apóia o presidente Álvaro Uribe, foi preso nesta sexta-feira no balneário caribenho de Santa Marta, por supostas ligações com grupos paramilitares de extrema-direita. A ordem para a detenção foi dada pela Corte Suprema de Justiça, que quer interrogá-lo para possível processo formal depois de mais de três meses de investigações. O senador disse à imprensa que está disposto a esclarecer todas as dúvidas da Suprema Corte. Segundo ele, algumas testemunhas o acusam de ter tido ligações com os paramilitares em 2001, quando era presidente do Congresso. García é o terceiro político a ter ocupado o cargo a ser detido no chamado escândalo da parapolítica. Os outros são os senadores Luis Humberto Gómez Gallo e Mario Uribe Escobar, primo do chefe de Estado colombiano. O escândalo já levou pelo menos 30 integrantes do Congresso da Colômbia à prisão. Trinta outros legisladores estão sob investigação por supostamente ter trabalhado com o grupo Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC). O exército paramilitar de mais de 30 mil membros foi desmobilizado depois de entrar em um processo de paz com o governo. Quase todos os políticos detidos no escândalo são partidários do presidente Uribe. O correspondente da BBC em Medelín, Jeremy McDermott, disse que há acusações, negadas por Uribe, de que ele venceu as eleições presidenciais de 2002 e 2006 graças ao apoio dos paramilitares. Mas, apesar disso, ninguém pode duvidar da popularidade do presidente, que é de 80%, de acordo com pesquisas, afirmou McDermott. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.