Líderes africanos se reúnem para finalizar força africana em Mali

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Por JOE BAVIER
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Líderes africanos reunidos na Costa do Marfim devem assinar uma missão regional que vai assumir das forças francesas a tarefa de combater os militantes ligados à Al Qaeda em Mali, mas ainda faltam os recursos necessários e planejamentos. A França realiza ataques aéreos e destacou tropas em solo para conter o avanço dos insurgentes, impedindo que os militantes ampliem seu controle na zona deserta do norte de Mali. Os riscos cresceram muito nesta semana, quando militantes armados citaram a intervenção francesa como pretexto para atacar uma usina de gás na vizinha Argélia e tomar reféns. Há um número desconhecido de mortos e mais de 20 estrangeiros permanecem detidos ou desaparecidos neste sábado. A crise forçou as nações africanas a acelerarem sua própria missão em Mali, o que estava planejado para acontecer somente em setembro. Um diplomata do Ocidente disse que ainda há muitas incertezas, embora os chefes de Estado devem confirmar oficialmente as promessas de destacar cerca de 5.000 soldados africanos para se somarem às forças francesas em Mali. "Esse é o processo. Mas o conteúdo ainda é uma interrogação e tomara que seja o que eles vão nos explicar agora", afirmou um diplomata, pedindo para não ser identificado. Nigéria e Togo já começaram a destacar seus soldados, enquanto Níger, Burkina Faso e Chade devem fazer o mesmo em breve. Mas o diplomata disse que a missão, que ganhou apoio do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) no ano passado, permanece "fluída". "QUEM VAI PAGAR?" "As tropas devem chegar com dez dias de autossuficiência. Mas não há nada preparado para dizer o que vai acontecer depois", afirmou o diplomata. "Quem pagará por isso, e que mecanismos pagarão por isso? O dinheiro é uma grande dúvida". O bombardeio de uma guarnição rebelde por aviões e helicópteros franceses impediu um avanço contra as importantes cidades de Mopti e Sevare. Dezenas de bombardeios e o destacamento de um grupo de tropas francesas em solo ajudaram o desorganizado Exército de Mali a retomar duas cidades no norte. Depois de Konna ter sido tomada no começo desta semana, fontes militares do Mali disseram neste sábado que as forças francesas e malinesas entraram na cidade de Diabaly, abandonada por insurgentes na sexta-feira após vários ataques aéreos franceses. "Forças francesas e malinesas estão varrendo a cidade, casa por casa, já que os islamitas se abrigaram em casas", disse uma autoridade que pediu para não ser identificada por não estar autorizada a falar com a imprensa. A fonte disse que haveria uma pausa nas operações, para que as forças esperem o destacamento da missão regional africana. "Estamos esperando que eles cheguem aqui antes de lançarmos uma ofensiva maior e mais ampla", afirmou. A França disse no sábado que tem 2.000 soldados em solo malinese, e o total de militares pode ter superado os 2.500. O país afirmou que permanecerá ali o tempo que precisar para restaurar a estabilidade, mas Paris quer entregar a liderança da missão às tropas africanas o quanto antes. (Reportagem adicional de Tiemoko Diallo em Bamako)

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