Depois do escândalo envolvendo cooperativas de leite que misturavam substâncias químicas ao leite, entre elas água oxigenada e soda cáustica, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou hoje a realização de uma blitz federal nos estabelecimentos produtores de suco e polpa de açaí localizados na região metropolitana de Belém e nos municípios de Castanhal e Igarapé-Miri, no Pará. O objetivo dessa ação é reduzir os riscos de contaminação pelo mal de Chagas em seres humanos pela ingestão do alimento. De acordo com o ministério, 12 fiscais federais da Inspeção Vegetal que atuam em vários Estados do País vão verificar se as indústrias paraenses produtoras de açaí adotaram as normas de padrão de qualidade e identidade já estabelecidas pelo órgão, como o cuidado com as instalações, qualidade da água, destino dos resíduos, a pasteurização, entre outros itens. De acordo com Marcus Prates, funcionário do ministério e coordenador da blitz, as indústrias que não estiverem cumprindo as normas sanitárias determinada pelo governo ou que estiverem em precárias condições poderão ser interditadas. "Procuramos, através de nossa atividade, controlar e monitorar possíveis casos de contaminação, resguardando o consumidor brasileiro e o mercado internacional", disse a diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov), Ângela Peres. Dados do Ministério da Saúde mostram que, no período de janeiro a 21 de setembro deste ano, foram notificados um total de 84 casos de doença de Chagas Aguda por transmissão oral no País. Quatro pessoas morreram devido aos surtos da doença. Os casos foram descobertos em 13 municípios da região Norte. Só no Pará, os surtos ocorreram em 11 municípios. O alimento mais freqüentemente envolvido nos surtos foi o açaí.
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