Marina critica discurso do presidente na ONU

PUBLICIDADE

Por Eugênia Lopes e BRASÍLIA

Provável candidata à Presidência pelo PV, a senadora Marina Silva (AC) disse ontem que a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) foi frustrante. As críticas de Marina fazem parte da estratégia de tentar constranger o governo Lula em matéria ambiental.Na avaliação de Marina, ex-ministra do Meio Ambiente, Lula perdeu a oportunidade de mostrar à comunidade internacional que o País pode ser protagonista nos debates sobre desenvolvimento sustentável. "Há decepção em relação ao papel que o presidente Lula vem desempenhando nas Nações Unidas. A falta de foco acabou diminuindo a ação brasileira na ONU. O momento exigia que o Brasil fosse mais forte na questão do clima. Perdeu-se a oportunidade de o Brasil liderar esse processo", afirmou Marina. Ela argumentou que tanto o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, quanto o da França, Nicolas Sarkozy, trataram da questão do meio ambiente, ao contrário de Lula que só falou sobre a situação de Honduras. "Sarkozy nem estava inscrito e pediu a palavra e o presidente Obama teve uma fala forte sobre a responsabilidade do planeta", observou a senadora. Ao defender que o Brasil apresente metas concretas de redução de gás carbônico na Conferência de Copenhagen, que vai ocorrer em dezembro, Marina Silva anunciou o lançamento de um movimento intitulado Brasil no Clima, em defesa de políticas para desaquecimento do planeta.Ao lado do vereador e presidente do PV fluminense, Alfredo Sirkis, a ex-ministra explicou que o movimento começará neste domingo com caminhada, no Rio. Será o primeiro grande ato de campanha de Marina Silva, desde que ela foi para o PV e se colocou na disputa pela sucessão do presidente Lula. "Não é um movimento apenas para os militantes do PV; é para toda a sociedade em geral", disse Marina. Desde anteontem, ela é a estrela de inserções publicitárias do partido, no Rio, convocando a população para a caminhada de cerca de 10 quilômetros pela orla carioca. A ideia é fazer caminhadas por todo o País até dezembro, antes da reunião de Copenhagen.Em São Paulo, o movimento deverá acontecer em outubro, também em um fim de semana e provavelmente na Avenida Paulista.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.