O governo de Minas e deputados estaduais iniciaram uma mobilização contra eventual ampliação dos voos no Aeroporto da Pampulha, localizado na região norte de Belo Horizonte, após a decisão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de abrir o Aeroporto Santos Dumont para voos fora do eixo Rio-São Paulo. O governador Aécio Neves (PSDB) já disse que fará todo possível para evitar o que chamou de "retrocesso". Ele informou hoje que iria encaminhar oficialmente um relatório ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, "demonstrando a imprudência que seria a transferência de novos voos para o Aeroporto da Pampulha". "É uma questão de segurança, uma questão ambiental, é uma questão técnica muito clara", ressaltou. "Espero que prevaleça o equilíbrio e a responsabilidade de todos agentes envolvidos". O governo conseguiu mobilizar a Assembleia, que aprovou requerimento em que solicita ao Ministério Público Federal (MPF) estudo da viabilidade de medida cautelar com o objetivo de impedir a operação de voos diretos entre o Aeroporto da Pampulha e outras capitais estaduais. A decisão da Anac foi classificada como um "precedente grave" pelo deputado estadual Fábio Avelar (PSC), que entre setembro e novembro do ano passado presidiu uma comissão especial criada para avaliar a situação dos principais aeroportos mineiros. No requerimento ao MPF, os deputados afirmam que a ampliação dos voos na Pampulha seria uma ameaça aos direitos difusos referentes à vida, integridade física e saúde dos moradores do entorno do aeroporto e dos passageiros. "Ademais, o relatório desta Comissão demonstra cabalmente a falta de segurança desse aeroporto". Por meio de sua assessoria de imprensa, a Anac afirma que decisão sobre o retorno de voos interestaduais na Pampulha vai obedecer o mesmo processo - incluindo consulta pública - que levou a agência a revogar a portaria 187, que restringia as operações no Santos Dumont à ponte área RJ-SP e a voos regionais. De acordo com a Anac, não há data para o fim do estudo técnico.