Militantes fogem da aviação francesa e governo retoma cidade no Mali

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Por BATE FELIX E TIEMOKO DIALLO
2 min de leitura

Rebeldes islâmicos do Mali abandonaram nesta sexta-feira a cidade de Diabaly, na região central do país, fugindo de um bombardeio aéreo francês, disseram fontes militares, enquanto forças de outros países da África Ocidental chegavam a Bamako, a capital, para se somar ao combate contra os insurgentes do norte malinês. No oitavo dia da intervenção militar em sua ex-colônia, a França bombardeou Diabaly para desalojar combatentes ligados à Al Qaeda. "Eles fugiram da cidade, à paisana, no começo desta manhã. Eles abandonaram suas armas e munições", disse uma fonte militar malinesa. Segundo essa fonte, os soldados do governo ainda não entraram em Diabaly, mas o prefeito local, Oumar Diakite, disse à Reuters que já havia militares fazendo uma operação pente-fino depois de um bombardeio francês no começo do dia. Diakite contou que os moradores enterraram algumas armas deixadas pelos rebeldes. "Há muitos veículos queimados que os islamistas tentaram esconder nos pomares", acrescentou ele. Um comandante do Exército malinês na vizinha Markala disse que forças terrestres já estão operando no entorno de Diabaly, que fica cerca de 360 quilômetros a nordeste de Bamako. Ele não pôde confirmar, no entanto, a retomada da cidade, que havia caído em poder dos rebeldes na segunda-feira. O porta-voz das forças francesas Thierry Burkhard disse desconhecer qualquer operação na área. Se for oficialmente confirmado, esse será o segundo êxito militar da aliança liderada pela França, pois na noite de quinta-feira os militantes abandonaram a localidade de Konna. A entidade Médicos Sem Fronteiras fez um apelo por acesso a Konna, mas disse que, após dias de negociações com as Forças Armadas, a autorização ainda não foi concedida. Reforçada com armas trazidas da Líbia depois da revolução que derrubou o regime de Muammar Gaddafi, em 2011, a aliança islâmica formada pela Al Qaeda do Magreb Islâmico e grupos malineses, como Ansar Dine e Mujwa, se tornou capaz de resistir fortemente. O progresso das forças franco-malinesas também está sendo demorado porque os insurgentes se refugiaram em casas de civis, segundo moradores. A operação militar deve fazer com que mais centenas de milhares de pessoas tenham de fugir das suas casas, juntando-se a cerca de 400 mil refugiados desde o início de uma rebelião, no ano passado. O presidente da França, François Hollande, ordenou a intervenção sob o argumento de que os militantes islâmicos poderiam transformar o Mali em um "Estado terrorista", irradiando ameaças para bem além das suas fronteiras. (Reportagem adicional de Adama Diarra, em Bamako; de Benkoro Sangare, em Niono; de Noel Tadegnon, em Lome; de Leigh Thomas, em Paris; de Stephanie Nebehay, em Genebra; e de David Lewis, em Dacar)

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