Ministro da Saúde é reeleito para conselho

PUBLICIDADE

Por Ligia Formenti e BRASÍLIA
1 min de leitura

Após muita articulação, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, foi reeleito anteontem presidente do Conselho Nacional de Saúde. Apesar do placar folgado (34 a 13), o pleito foi marcado por um clima de racha e muita discussão entre conselheiros. "Eleger o ministro é o mesmo que eleger uma raposa para o galinheiro", comparou o candidato derrotado, José Marcos de Oliveira. Padilha, que pede para ser anunciado como ministro e presidente do conselho em toda cerimônia a que comparece, queria ser candidato único. Tentou até o último momento. "Decidi nas 24 horas finais, porque não havia outra pessoa. Foi uma disputa tensa, chorei quando tudo acabou. Mas tenho certeza de que isso será benéfico para todo o controle social", disse Oliveira.O CNS tem entre suas funções discutir políticas de saúde e fiscalizar o Executivo. A presidência nas mãos de ministro afeta a liberdade de atuação, dizem integrantes do grupo de oposição. "Vários episódios mostram como a atuação foi enfraquecida. Ele lança projetos sem discussão prévia. Somente quando há alguma reação, ele volta atrás", afirmou Oliveira. Em 2011, durante a Conferência Nacional de Saúde, um documento foi assinado contra o fato de um ministro estar à frente do colegiado. O grupo pró-Padilha não vê problemas. "Ele é membro do conselho como outro qualquer. E, nessa condição, tem direito a concorrer", disse Clóvis Boufleur, da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Jurema Verneck, que apoiou a candidatura de Padilha, afirma que a reeleição será benéfica para o conselho. "Quem fala que somos vendidos fica fazendo política no corredor. Não discutem o dia a dia", disse.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.