Miriam Belchior: meta cheia de primário será cumprida neste ano

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Por Redação
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A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, afirmou nesta terça-feira que o governo mantém a previsão de que é possível cumprir a meta cheia de superávit primário deste ano, mesmo com os números ruins vistos até agora. O comentário contrastou com a posição do Banco Central de trabalho em um cenário em que a meta do setor público de 139,8 bilhões de reais (equivalente a cerca de 3 por cento do Produto Interno Bruto) seria cumprida com possível abatimento de investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Miriam afirmou que a economia retomou o crescimento graças aos incentivos dados nos últimos meses, principalmente no estímulo ao consumo e ao acesso ao crédito. Com isso, o governo acredita, segundo ela, que as receitas serão maiores, gerando resultados primários mais robustos em outubro e dezembro. "Acreditamos que as medidas (...) já surtiram efeito nos indicadores. Já voltamos a crescer em um patamar bastante maior. E esperamos que isso se reflita também nas receitas", afirmou a ministra, em entrevista após participar de audiência pública na Comissão Mista de Orçamento do Congresso. "Com esses vários movimentos, acreditamos que possamos cumprir (...) o resultado primário cheio", acrescentou Miriam. O BC divulgou nesta terça-feira que o superávit primário do setor público ficou em 1,591 bilhão de reais em setembro, o pior desempenho para o mês em três anos. No ano, o saldo acumulado está positivo em 75,816 bilhões de reais, o que, para que a meta integral do governo fosse cumprida, exigiria uma economia mensal de pouco mais de 21 bilhões de reais até o final do ano. O Orçamento deste ano abre a possibilidade de se abater cerca de 25 bilhões de reais da meta cheia, deixando espaço para o setor público --que inclui União, Estados, municípios e empresas estatais-- economizar pouco mais de 114 bilhões de reais. A ministra reafirmou ainda a posição do governo de que, por conta das turbulências internacionais, a equipe econômica observa o tripé macroeconômico --câmbio flutuante, meta de inflação e superávit primário-- de maneira diferenciada. "Há preocupação com controle da inflação e com a condução da política fiscal (...), mas estamos olhando no horizonte de maneira diferenciada", completou, por sua vez, durante a audiência. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já havia dito que em momentos de crise é possível ter mais flexibilidade nesse tripé, ao reconhecer flutuação "suja" no câmbio. Miriam declarou que o governo vai perseguir o crescimento de 4,5 por cento em 2013 e que mais medidas serão tomadas para que esse "objetivo" seja atingido. "Vamos trabalhar para crescer mais. A presidenta está com o pé no acelerador e cobra da gente a toda hora medidas para que isso aconteça. Vamos trabalhar com a melhor expectativa", acrescentou a ministra. (Reportagem de Tiago Pariz; Texto de Patrícia Duarte)

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