Moagem de cana em 13/14 pode crescer mais de 10%--Datagro

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Por Redação
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A moagem de cana do centro-sul do Brasil na próxima temporada poderia crescer mais de 10 por cento em relação à atual safra na melhor das hipóteses, indicou nesta segunda-feira a consultoria Datagro. A crescimento da produção da região que responde por cerca de 90 por cento da cana do país deverá ocorrer em meio à recuperação da produtividade agrícola, por conta da intensificação da renovação dos canaviais. A oferta de cana para moagem no centro-sul do Brasil na próxima safra (2013/14) foi estimada pela Datagro em um intervalo de 545 a 575 milhões de toneladas, contra uma estimativa de processamento em 12/13 de 512,13 milhões de toneladas. Essa previsão para 12/13 foi mantida ante a estimativa de setembro. "Não estamos revisando o nosso número de setembro para cana ou açúcar porque as condições foram exatamente como antecipamos", afirmou a jornalistas o presidente da consultoria Datagro, Plinio Nastari, nesta segunda-feira. A afirmação foi feita após palestra na abertura da 12a Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, que segue até terça-feira, em São Paulo. Em setembro, a Datagro estimou a produção de açúcar em 12/13 da principal região produtora em 31,3 milhões de toneladas, praticamente estável em relação a safra 11/12. Nastari preferiu não fazer previsões para a produção de açúcar e etanol da safra 13/14, argumentando que é muito cedo para fazer projeções para a safra que começa a ser moída oficialmente em abril de 2013. Até o final de setembro, a indústria havia processado 381,4 milhões de toneladas de cana da safra 12/13. ETANOL Mas ele avalia que a produção de etanol na próxima safra será satisfatória para o governo eventualmente autorizar um esperado aumento da mistura do biocombustível na gasolina de 20 para 25 por cento, além de ser suficiente para permitir maiores exportações. Se a mistura de etanol voltar a 25 por cento em 2013, isso deve gerar aumento de demanda de 1,9 bilhão de litros de anidro no próximo ciclo, ou o equivalente a 36 milhões de toneladas de cana, disse ele. Segundo o presidente da consultoria, o mercado de etanol dos EUA poderia ainda importar 2,5 bilhões de litros do biocombustível do Brasil, cerca de 1 bilhão de litros a mais do que o importado neste ano. Essa importação adicional significaria uma demanda equivalente a cerca de 30 milhões de toneladas de cana, matéria-prima essa que não iria para a produção de açúcar. Diante da crescente demanda por produtos de cana, Nastari avaliou que o processo de concentração da produção no Brasil não está encerrado. "Vai continuar, ainda há oportunidades de aquisição no país, e acho que este processo de entrada de investidores estrangeiros vai aumentar a partir de agora... Isso vai voltar a acontecer. Estamos começando a ver movimentos neste sentido, começamos a ver isso." (Por Reese Ewing e Fabíola Gomes; texto de Roberto Samora)

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