De 2000 a 2011, a mortalidade infantil diminuiu 32% no Estado de São Paulo, atingindo um índice de 11,5 óbitos a cada 1 mil bebês nascidos vivos com menos de 1 ano de idade. Em 2000, esse índice era de 16,9. O dado será anunciado hoje pela Secretaria Estadual da Saúde.De acordo com o Ministério da Saúde, a projeção de mortalidade infantil para 2011 no País é de 16,8, índice que chegou a 26,8 em 2000.Para o secretário estadual da Saúde, Giovanni Guido Cerri, o que possibilitou a redução do índice foi o aprimoramento da assistência ao parto e à gestante, a melhora da cobertura vacinal e o aumento do número de unidades de terapia intensiva (UTIs) neonatal. Só em 2011 foram inaugurados 102 novos leitos de UTI neonatal no Estado, totalizando 1.050.Atualmente, a maior preocupação da pasta, segundo Cerri, é com a gestante que não recebe o acompanhamento adequado. Ele cita que 76% das grávidas do Estado passam por pelo menos sete consultas de pré-natal. "Ainda temos certo número de grávidas que não fazem acompanhamento. É um grupo de risco, com doenças maternas como hipertensão e diabete que aumentam o risco de óbito fetal perinatal." Em 2011, as causas perinatais - decorrentes de problemas na gravidez, no parto ou no nascimento - representaram 57,4% da mortalidade infantil. O médico José Kleber Kobol Machado, professor de Pediatria da Faculdade de Medicina do ABC e diretor técnico do Hospital Municipal Universitário de São Bernardo do Campo, destaca que grande parcela da mortalidade infantil ocorre nos primeiros 28 dias de vida. Em 2011, 68,1% dos óbitos ocorreram nesse período e 50%, na primeira semana."Grande parte desses óbitos é de bebês prematuros que acabam com infecções ou outros problemas graves", diz Machado. Segundo ele, é preciso melhorar o atendimento pré-natal em algumas regiões. "Muitas vezes, a gestante não consegue um retorno no posto de saúde quando tem algum problema fora das datas pré-agendadas. Aí acaba desencadeando um parto prematuro."A pediatra Alessandra Cavalcanti, do Hospital e Maternidade São Luiz, observa que existem muitas mães que não fazem pré-natal, principalmente nas periferias. "Muitas não têm condições de ir a uma unidade de saúde, não acham vaga, não conseguem marcar."