MP vê motivo político em assassinato de torcedor do Fluminense após 1º jogo das finais do Carioca

Crime aconteceu em pizzaria próxima ao Maracanã horas após o primeiro jogo da decisão do Campeonato Carioca; acusado teria chamado vítima de ‘petista’ e ‘flamenguista’, em meio a insultos, provocando uma discussão

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Foto do author Marcio Dolzan
Atualização:

RIO - O Ministério Público do Rio (MP-RJ) apontou suposto motivo político no assassinato, em 1º de abril, de Thiago Leonel Fernandes da Motta, morto a tiros pelo agente penal Marcelo de Lima após o primeiro Fla-Flu que decidiu o Campeonato Carioca de futebol de 2023, na Tijuca, bairro da zona norte carioca. Na denúncia por homicídio triplamente qualificado encaminhada à Justiça pela promotoria, o órgão afirma que Lima teria dito que “petista é igual flamenguista, tudo burro e ladrão”. O ataque verbal teria provocado revolta das vítimas - Bruno Tonini Moura também foi baleado - e gerado uma discussão.

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A partir daí, narra o MP-RJ, “o denunciado, com vontade livre e consciente de matar, efetuou disparos de arma de fogo contra as vítimas, causando a morte de Thiago e só não matando a outra pessoa por circunstâncias alheias à sua vontade, uma vez que Bruno recebeu pronto e eficaz atendimento médico”. O crime aconteceu diante de uma pizzaria no entorno do Maracanã.

A briga se desenrolou em frente à pizzaria “Os Renatos”, considerada um reduto de torcedores do Fluminense. Inicialmente, testemunhas disseram que a confusão teria começado por causa de uma pizza, versão contestada por uma das donas do estabelecimento e, também, não confirmada pelas investigações da Polícia Civil.

MP-RJ: denúncia de crime de motivação política Foto: MPRJ/Divulgação

‘Motivo torpe’

Segundo a denúncia apresentada nesta terça-feira à 4ª Vara Criminal da Capital, “os crimes foram praticados por motivo torpe, em razão do inconformismo de Marcelo com as posições políticas expressadas pelas vítimas após suas declarações”. O MP-RJ argumenta ainda que o ataque aconteceu com emprego de meio que resultou em perigo comum, “uma vez que o denunciado atirou em via pública, com grande número de pessoas circulando e confraternizando em bares locais” - ao todo, dez tiros foram disparados.

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Além disso, narra o MP-RJ, “os crimes foram praticados mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas, pegas desprevenidas pela ação inesperada do denunciado”.

O Estadão segue tentando localizar a defesa de Marcelo de Lima para que se manifeste sobre a denúncia; o espaço está aberto.

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