Quatro promotores de Justiça do Pará abriram investigação criminal para apurar um suposto esquema de extração e venda de madeira e carvão ilegais em municípios do leste do Estado cuja sede seria Tailândia (a 235 km de Belém). O município foi o primeiro alvo da Operação Arco de Fogo, a maior já realizada no País para conter o desmatamento e que tem a participação de homens da Força Nacional, Polícia Federal e Ibama. Para derrubar a floresta e ?esquentar? 120 mil metros cúbicos de madeira ilegal, que teriam gerado cerca de R$ 90 milhões, seis projetos de licenciamento ambiental e exploração florestal teriam sido fraudados no final de 2006. A irregularidade, segundo o que o Ministério Público está apurando, pode ter ocorrido na Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Pará (Sectam), hoje Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema). Por isso, servidores e técnicos estão sendo investigados. Os projetos, que estavam em nome de quatro pessoas e foram aprovados no tempo recorde de 18 dias, eram de áreas devastadas há mais de 15 anos. Não havia mais floresta no local. Os papéis aprovados foram vendidos pelos beneficiários a madeireiros da região. Depois, de acordo com a apuração, teriam sido financiadas invasões de terra para a retirada da madeira de áreas onde ainda havia floresta em pé. Os invasores, conhecidos em Tailândia e municípios próximos como sem-toras, se encarregaram do serviço com tratores, motosserras e caminhões. A partir daí, a madeira passou a ser comercializada. Os promotores suspeitam que não tenha havido vistoria dos técnicos antes da aprovação dos projetos. Um detalhe chama a atenção: os documentos desapareceram da Sema após a madeira ter sido extraída e vendida para compradores que a investigação ainda não identificou. Segundo o Ministério Público, a irregularidade teria sido registrada na gestão do então secretário de Meio Ambiente Raul Porto, preso em março do ano passado na Operação Ananias, da PF. Porto é acusado de envolvimento em atividades ilegais de madeireiras. Ele nega ter praticado qualquer tipo de irregularidade no cargo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo