MST de PE ocupa sedes do Incra em Recife e Petrolina

Ação faz parte da Jornada de Lutas do movimento, que já ocupou sedes do Incra em sete Estados

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Por Angela Lacerda
2 min de leitura

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Pernambuco ocupou nesta quarta-feira, 23, as sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Recife e em Petrolina, no sertão do São Francisco. De acordo com a assessoria do MST no Estado, mil pessoas participam das ocupações, que buscam fortalecer a Jornada de Lutas pela Reforma Agrária, em torno do Dia do Trabalhador Rural, comemorado no dia 25 de julho. A jornada teve início na segunda-feira com a ocupação das sedes do Incra em sete Estados. Veja também: Após invasão em 7 Estados, MST ocupa sede do Incra no Pontal Grupos do MST de Rainha iniciam marchas no Pontal-SP MST realiza marcha no RS para assentar 2 mil famílias Os trabalhadores chegaram às duas sedes preparados para acampar. Levantaram barracas de lona e fizeram comida em fogo de lenha. "Viemos para ficar", afirmou Reginaldo Martins, que comandou a ocupação em Petrolina, a 800 quilômetros de Recife. Ele afirmou que as ocupações em Pernambuco reforçam o protesto nacional do movimento que reivindica o assentamento de 140 acampados no País (18 mil em Pernambuco) e prioridade para os assentados, que, segundo ele, estão sem assistência técnica, crédito e infra-estrutura, enquanto o governo está voltado para o agronegócio. "A reforma agrária está parada. Neste ano não saiu nenhuma imissão de posse na região de Petrolina", afirmou Martins. Ele afirmou que os trabalhadores não irão deixar as sedes do Incra antes de sexta-feira. "A decisão de desocupar será da direção nacional", disse. Militantes do MST invadiram na manhã da última terça duas agências regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no interior de São Paulo - em Teodoro Sampaio, no Pontal do Paranapanema, e em Araraquara. Outro grupo, com 60 integrantes, ocupou a agência da Nossa Caixa em Presidente Prudente. As ações fazem parte da nova jornada nacional de luta do MST, iniciada na segunda-feira, para cobrar do governo federal mais rapidez na reforma agrária. No Rio Grande do Sul, cerca de 600 assentados e acampados do MST na região do município de Nova Santa Rita, a 30 quilômetros de Porto Alegre, iniciaram uma marcha, também com o intuito de chamar a atenção para a lentidão da reforma. A jornada deve prosseguir durante toda a semana. Amanhã, dirigentes e advogados do MST vão anunciar em São Paulo que recorrerão à Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) contra as ações do Ministério Público no Rio Grande do Sul.

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