Uma coluna do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deslocou-se hoje de Passo Fundo para um assentamento no município de Pontão, no noroeste do Rio Grande do Sul. A retomada da marcha aconteceu depois que a juíza Marlene Marlei de Souza manteve ordem que impede que os sem-terra se desloquem por municípios da Comarca de Carazinho. A viagem de 40 quilômetros foi feita em sete ônibus, financiados por sindicatos e apoiadores, sob chuva intensa, depois do acampamento do grupo ser destruído por um temporal. Na terça-feira, quando recebeu promessa de assentamento de mil famílias, feita pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o MST mostrou-se disposto a desmobilizar as três colunas que mantêm em marcha pelo interior do Rio Grande do Sul desde 11 de setembro para pressionar o governo federal a desapropriar a Fazenda Coqueiros. Um acordo com o Incra e o Ministério Público Federal previa que um dos grupos acampasse em Almirante Tamandaré do Sul, um dos municípios pelos quais os sem-terra estão impedidos de se deslocar. Informada do acordo e consultada, a juíza Marlene Marlei de Souza manteve a proibição. Inconformados, os integrantes do MST decidiram retomar as marchas. Em Pontão, a coluna que estava em Passo Fundo fica no limite da zona de proibição, próxima do território de Coqueiros do Sul. As outras duas estão em situação semelhante. Uma, em Não-Me-Toque, está a poucos metros do território de Carazinho. Outra, em Sarandi, está a menos de um quilômetro do território de Almirante Tamandaré do Sul.