Mulher diz ter sido presa por 3 anos com homens no PA

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Por CARLOS MENDES
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Deputados federais que integram a Comissão de Direitos Humanos da Câmara, que apura o caso da menina L., de 15 anos, presa por mais de 20 dias com homens na delegacia de Abaetetuba, no Pará, ouviram hoje o depoimento de uma mulher que declarou ter ficado três anos com homens na delegacia de Cametá e engravidado duas vezes. A declaração foi dada no presídio feminino em Ananindeua, na região metropolitana de Belém. "Fui humilhada e vivia no inferno. Eles queriam fazer sexo comigo e ameaçavam me matar. Eu tive de fazer", disse a mulher. O caso da presa, cujo nome não foi divulgado, fará parte de um relatório federal sobre violação de direitos humanos em cadeias paraenses. Haveria outros casos de mulheres grávidas que estão sendo apurados. Hoje, a mãe da menor L. e seus quatro filhos foram retirados de Abaetetuba, onde vinham sofrendo ameaças. Eles provavelmente também sairão do Estado, amparados pelo programa de proteção a vítimas e testemunhas. Homens da Polícia Militar estiveram na casa da família para levar a mulher e os quatro irmãos de L. para Belém. "Isto não é vida, é um inferno, meu Deus", desabafou. A secretária Justiça e Direitos Humanos, Socorro Gomes, informou que integrarão o programa o padrasto, a mãe, uma sobrinha e irmãos da menor. "Foi a mãe da menina quem pediu para ser retirada do Pará, temendo por sua segurança e dos filhos", disse Gomes. Segundo a primeira avaliação feita pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Pará até hoje, 17 mulheres haviam sido transferidas de delegacias do interior para o Centro de Recuperação Feminina em Belém. Outras seis, provenientes de Portel, eram aguardadas no começo da noite. Algumas foram ouvidas em depoimento e confessaram que dividiam as mesmas celas com homens.

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