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Não inveje a economia da China

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Por Mark Davis
Atualização:

MCCLATCHY NEWSPAPERSPor que os Estados Unidos não conseguem ser mais parecidos com a China? Essa pergunta sempre surge quando o tema da conversa são os atuais problemas da economia americana. Milhões de americanos estão desempregados, empresas estão falindo, proprietários de imóveis estão sendo desalojados em massa.Mas a China está a todo vapor. Soubemos esta semana que a China ultrapassou a Alemanha como a maior exportadora do planeta. Os consumidores chineses hoje compram mais carros no ano do que os americanos. E proximamente a China vai superar o Japão e se tornar a segunda maior economia do mundo.Não fique surpreso ao saber que os Estados Unidos ainda estão em primeiro lugar. Mas reconheço que podemos ter dúvidas quanto a isso, diante de todas as dificuldades que estamos atravessando.A economia da China, você deve saber também, não se deixou afetar pela crise financeira. Os líderes chineses injetaram bilhões de recursos na economia, para estimulá-la, como fez também o governo americano. Pediram aos bancos para emprestarem mais, como ocorreu nos Estados Unidos. A diferença chave está na maneira como os banqueiros reagiram.Nos Estados Unidos, eles tergiversaram, disseram que sim, mas nada fizeram. Na China, fazem o que Pequim manda. Apesar de todas as reformas de mercado, a economia chinesa é planificada e o poder político controla os recursos. Todos esses eventos e a posição da China, da qual ela pode se congratular, foram matéria de capa do The New York Times na semana passada. Segundo o editorial, muitas pessoas se preocupam que a China não conseguirá manter esse ritmo de atividade e, de alguma maneira, as coisas acabarão mal e todos nós vamos sofrer com isso. E o artigo prossegue afirmando, como muitos outros editoriais, que os nossos problemas econômicos em parte se devem à política cambial chinesa.Então, por que os Estados Unidos não conseguem ser mais como a China? Muitos americanos não iriam tolerar, graças a Deus. Existe um grande risco num sistema econômico centralizado que agora está funcionando muito bem na China. E basta olhar para um dos vizinhos da China para ver a que ponto esse sistema pode ser prejudicial.Veja as medidas adotadas há um mês pela Coreia do Norte com relação à sua própria moeda. O governo decidiu emitir uma nova moeda (cortando dois zeros que costumavam aparecer em cada cédula) em meio a uma inflação galopante. Uma ação decisiva. E devastadora.Os líderes norte-coreanos autorizaram cada cidadão do país a trocar apenas $ 150 do dinheiro antigo e contas de poupança pela nova moeda, segundo o The Wall Street Journal. Qualquer valor mais virou papel. Esse foi o ponto central do plano.O objetivo dos líderes norte-coreanos era acabar com a economia paralela, que opera nas sombras do sistema controlado pelo Estado. Pyongyang continua seguindo a direção errada, mesmo observando o milagre econômico da vizinha China, em meio à abertura da economia e dando direito de escolha ao consumidor. Minha pergunta não é por que os Estados Unidos não podem ser mais parecidos com a China. Eu me questiono o quanto mais a China se assemelhará aos Estados Unidos. *Mark Davis é colunista do "Kansas City Star"

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