O deputado estadual Natalino José Guimarães negou nesta terça-feira, 22, todas as acusações da polícia, disse que é perseguido "covardemente" pelo delegado Marcus Neves e que a armas encontradas em sua casa, à exceção de sua pistola e de uma escopeta, "foram plantadas pela polícia". "Foi uma prisão ilegal e imoral", disse aos jornalistas. Veja também: Deputado suspeito de ligação com milícias é preso no Rio Grupo faz 'panelaço' contra prisão de deputado no Rio Deputados do Rio discutem nesta quarta prisão de Guimarães O advogado do parlamentar, Jonas Tadeu Nunes, disse que a primeira providência da defesa foi exigir a convocação de uma reunião extraordinária da Assembléia Legislativa do Rio para analisar a legalidade da prisão. Caso a Comissão de Constituição e Justiça decida na reunião que a prisão foi legal, ele entrará com habeas corpus na Justiça comum. Natalino disse que se preparava para sair para levar para casa o cabo PM Rogério Alves de Carvalho, que serviu de motorista para o parlamentar na tarde de segunda-feira, e também foi preso na ação, quando foi surpreendido por tiros da polícia. Dos presos, além de Natalino, Carvalho foi o único a prestar depoimento. Ele confirmou a versão do deputado de que fez o "favor" de levá-lo ao centro do Rio e salientou "que não freqüenta a residência do deputado, não tem qualquer vínculo com ele e que por pura coincidência foi envolvido nos fatos". Ex-policial civil, Natalino foi eleito deputado estadual pela primeira vez em 2006 com 49.405 votos. Integrante do partido do prefeito Cesar Maia, em 2006 chegou a guiar o então candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB) em corpo-a-corpo na zona oeste. Denunciado pelo Ministério Público do Estado do Rio no ano passado por formação de quadrilha armada, só não foi preso preventivamente porque tem imunidade parlamentar. O Democratas abriu processo interno que pode terminar com a expulsão dele do partido. Este ano, forçou sua entrada num evento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na zona oeste, tendo sido fotografado perto dele. Secretaria de Segurança O secretário de Estado de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, classificou nesta tarde o deputado Natalino Guimarães (DEM) como "líder dos milicianos" e disse que agora "grande parte" do grupo está desarticulada. "O trabalho da polícia desenvolve-se à medida que a investigação fica madura; a polícia faz isso, independentemente da questão eleitoral", declarou. Beltrame disse que, desde o início do atual governo, foram demitidos 350 policiais, dos quais 70 acusados de pertencerem a milícias. (Com Felipe Wernek)
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