Líderes sindicais da França convocaram milhões de funcionários públicos para uma paralisação de um dia nesta terça-feira, 20. Esse movimento deverá se somar à greve dos funcionários do transporte público, que entra em seu sétimo dia, e aumentar a pressão contra as reformas propostas pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy. Veja também: Entenda a disputa entre sindicatos e o governo Desde terça-feira passada, ferroviários, metroviários e motoristas de ônibus protestam contra a reforma de suas aposentadorias especiais, que prevê o aumento do tempo de contribuição para ter direito à aposentadoria integral de 37,5 anos para 40 anos. Agora, professores, controladores de tráfego aéreo, funcionários dos Correios e de hospitais em todo o país se preparam para aderir às manifestações. Esses trabalhadores protestam contra os planos do governo francês de não substituir metade dos funcionários públicos que se aposentarem e também por melhores salário. Os estudantes também devem aderir ao movimento. Desde a semana passada, têm sido realizados protestos em diversas universidades da França contra uma reforma que prevê a autonomia financeira e administrativa das faculdades. Já a greve convocada na Nouvelles Messageries de la Presse Parisienne (NMPP) é um protesto contra o anunciado corte de 350 empregos. A empresa monopoliza a distribuição de jornais de circulação nacional. As bancas só receberam os jornais regionais, que contam com seus próprios canais de distribuição. Nesta segunda-feira, os sindicatos de trabalhadores do setor de transportes decidiram manter a greve. A ministra das Finanças, Christine Lagarde, disse que a paralisação está custando ao país pelo menos US$ 440 milhões (cerca de R$ 775 milhões) por dia. No entanto, há relatos de que o número de grevistas vem diminuindo, e os sindicatos concordaram em participar de negociações com a SNCF, a estatal ferroviária, nesta quarta-feira. O governo também parece ter suavizado sua posição inicial de não negociar até que os grevistas voltem ao trabalho. Nesta segunda-feira, o primeiro-ministro francês, François Fillon, disse que o tráfego ferroviário deve "recomeçar progressivamente" para que ocorra a negociação. Fillon, porém, afirmou que o governo não vai se afastar da promessa de reformar a economia francesa. Pesquisas de opinião sugerem que as propostas de Sarkozy têm amplo apoio da população. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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