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Obama cria polêmica com comentários sobre Iraque

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Por JOHN WHITESIDES

O candidato democrata à Casa Branca, Barack Obama, provocou polêmica na quinta-feira ao falar sobre seus planos de retirada do Iraque, dizendo primeiro que poderia "refinar" sua postura para depois declarar que não havia mudado de opinião. Obama viu-se obrigado a convocar uma segunda entrevista coletiva em Fargo (Dakota do Norte) depois de ter inicialmente deixado em aberto a possibilidade de rever o plano de retirar do Iraque todos os soldados norte-americanos nos 16 primeiros meses de um eventual governo seu. "Permitam-me ser o mais claro possível. Eu pretendo colocar fim a essa guerra. No meu primeiro dia como presidente, vou convocar os chefes das Forças Armadas e dar-lhes uma nova missão, que é a de acabar com a guerra", afirmou o candidato na segunda entrevista coletiva. Mas acrescentou: "Eu seria um péssimo comandante-em-chefe se não levasse em conta o que está ocorrendo no Iraque". Na entrevista coletiva anterior, o senador pelo Estado de Illinois havia dito que poderia "refinar" sua postura depois de visitar o país árabe. Obama, um opositor de primeira hora à guerra que fez dessa postura uma peça central de sua campanha, afirmou que não concordaria com uma presença norte-americana de longo prazo no Iraque, mas ressaltou que qualquer retirada deveria ocorrer de forma ordenada e com segurança. "Eu sempre disse que ouviria os comandantes presentes lá. Sempre disse que o ritmo da retirada seria ditado pela segurança de nossas forças e pela necessidade de preservar a estabilidade", afirmou Obama a repórteres em Dakota do Norte. "Essa avaliação não mudou. E quando eu tiver a chance de encontrar-me com alguns dos comandantes presentes lá, tenho certeza de que terei mais informações e continuarei a refinar minhas políticas." Depois de ser duramente criticado por seu adversário republicano na disputa pela Presidência, John McCain, Obama afirmou que viajaria até o Iraque e o Afeganistão ainda neste ano. Essa deverá ser sua segunda visita ao território iraquiano. McCain, senador pelo Estado do Arizona, é um proeminente defensor da atual estratégia adotada pelos EUA no Iraque, e a questão deve ocupar um espaço central na eleição presidencial de novembro. ATAQUE REPUBLICANO Obama disse que o comitê de campanha de McCain havia "feito de tudo" para convencer os repórteres de que o democrata tinha mudado de opinião. Os assessores do republicano lotaram as caixas de e-mail de jornalistas sugerindo que Obama estava preparando-se para adotar outra postura sobre o assunto. Os republicanos não perderam tempo em criticá-lo por suas declarações iniciais. "Parece não haver nenhuma questão a respeito da qual Barack Obama não esteja disposto a mudar de postura para fins de obter vantagens políticas", afirmou Alex Conant, porta-voz do Comitê Nacional Republicano. Segundo Obama, seus planos de retirar do Iraque uma ou duas brigadas de combate por mês, no começo de seu governo, sempre dependeram de qual será a situação daquele país. "Continuarei a reunir informações a fim de descobrir se essas condições permanecem as mesmas", disse. "Minha postura continua a ser a de que temos de garantir a segurança de nossas forças e a estabilidade do Iraque."

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