Obama critica 'campanha negativa' e promete reagir a Hillary

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Por CAREN BOHAN
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Depois das derrotas nas votações de terça-feira em Ohio e no Texas, Barack Obama prometeu ser mais agressivo na sua disputa contra Hillary Clinton pela indicação democrata para disputar a Presidência dos Estados Unidos. O senador criticou a "muito agressiva" campanha da adversária nos últimos dias, e admitiu que isso "teve algum impacto" nos resultados, que interromperam uma série de 11 vitórias consecutivas para Obama e deram novo fôlego à candidatura de Hillary. Em um dos anúncios mais polêmicos exibidos por Hillary nos últimos dias, crianças aparecem dormindo enquanto uma voz pergunta quem o eleitor gostaria que atendesse ao telefone de madrugada na Casa Branca durante uma crise mundial --sugerindo que Obama, senador em primeiro mandato, não tem maturidade para lidar com a política externa. Ela também acusou o adversário de não ser honesto em suas promessas de renegociar o Tratado Norte-americano de Livre Comércio (Nafta na sigla em inglês), impopular em Ohio supostamente por ser a razão da perda de empregos industriais. "Ela usou o argumento da experiência que ela usa repetidamente, particularmente em torno da política externa e de sua habilidade de lidar com uma crise. Acho importante examinar essa afirmação e não só deixar que ela a declare, o que eu acho que vem acontecendo há algum tempo", disse Obama a jornalistas voltando do Texas para Chicago, onde vive. Obama rejeitou, por exemplo, a idéia de que os oito anos que ela passou como primeira-dama podem contar como experiência diplomática. "Sei que ela fala em ter visitado 80 países, não está claro se ela estava negociando tratados ou acordos, ou se estava lidando com crises nesse período", afirmou Obama. Enquanto a campanha de Hillary pede a jornalistas que examinem de perto as ligações do senador com o empreendedor imobiliário Tony Rezko, alvo de um processo por corrupção na Justiça Federal, Obama sugeriu que haja acompanhamento também sobre o comportamento ético da rival. "Ela argumenta que foi minuciosamente examinada, ao contrário de mim. Acho importante examinar este argumento, porque, se a sugestão é de que ela terá um histórico melhor que o meu em termos de ética ou transparência, e será mais capaz de resistir aos ataques republicanos, acho que é uma questão que deveria ser testada." Obama também contestou a tese de Hillary de que suas vitórias em Estados grandes, como Califórnia e Ohio, são mais importantes que os muitos triunfos dele em lugares pequenos, como Idaho e Nebraska. "É uma forma estranha de fazer o placar, e não acho que faça muito sentido", afirmou o senador, ainda líder em número de delegados comprometidos com sua candidatura para a convenção nacional de agosto. Hillary, enquanto isso, não dá sinais de que vá desistir da postura agressiva dos últimos dias. Ela disse aos eleitores de Ohio que é "brigadora" e "realizadora", pronta para enfrentar grandes corporações e outros grupos supostamente nocivos aos interesses dos trabalhadores.

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