Obama critica foco exclusivo dos EUA sobre o Iraque

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Por Redação
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O candidato democrata à Casa Branca, Barack Obama, disse na terça-feira que o foco exclusivo dos EUA sobre o Iraque está distraindo Washington de ameaças mais graves, e por isso a guerra precisa acabar. "Essa guerra diminui nossa segurança, nossa posição no mundo, nossos militares, nossa economia e os recursos de que precisamos para confrontar os desafios do século 21", dirá Obama segundo trechos de um discurso a ser proferido na terça-feira. "Por qualquer medida, nosso foco exclusivo e em aberto sobre o Iraque não é uma estratégia sensata para manter a América segura", acrescentou. Obama vem sendo acusado por seu adversário republicano, John McCain, de mudar suas opiniões a respeito do Iraque. Na semana que vem, o democrata deve visitar o Afeganistão e o Iraque, em datas não reveladas por questões de segurança. Críticos do democrata dizem que ele está pouco a pouco abrindo mão do cronograma que sugeria para retirar as tropas do Iraque em 16 meses. Recentemente, ele disse que poderia "refinar" suas propostas com base em consultas aos comandantes militares. Mas Obama enfatizou que, embora esteja aberto a ajustes táticos, continua interessado no cronograma para retirar as tropas de combate em 16 meses. "Esta guerra nos distrai de qualquer ameaça que enfrentemos e de tantas oportunidades que poderíamos aproveitar", diz o discurso. "Em vez de nos distrairmos das ameaças mais prementes que enfrentamos, quero superá-las." McCain criticou Obama por anunciar seus planos para o Iraque antes de viajar ao país. O candidato republicano defendeu que o rival democrata deveria primeiro ir ao Iraque e ao Afeganistão e conversar com os comandantes militares. "O senador Obama partirá em breve para uma viagem ao exterior que inclui uma missão de reconhecimento do Iraque e do Afeganistão", dirá McCain segundo trechos escritos de comentários que fará no Novo México. "E percebo que ele está falando hoje do Iraque e do Afeganistão antes mesmo de ter partido." "Na minha experiência, missões de reconhecimento funcionam de maneira oposta: primeiro você avalia os fatos no terreno, depois apresenta uma nova estratégia", acrescentou. Pesquisa Washington Post/ABC News divulgada na segunda-feira mostrou os norte-americanos muito divididos quanto às propostas dos dois candidatos para o Iraque. Enquanto 47 por cento dizem confiar mais em McCain para dirigir a guerra, 45 por cento têm mais fé em Obama. Para 48 por cento, Obama tem condições de ser um bom comandante-chefe das Forças Armadas. Outros 48 por cento discordam. (Reportagem de Caren Bohan)

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