Obama e McCain fazem duelo no debate sobre economia dos EUA

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Por CAREN BOHAN
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Os candidatos Barack Obama e John McCain divergiram na segunda-feira a respeito de como melhorar a economia dos EUA. Enquanto o democrata propôs um novo pacote para mutuários, o republicano defendeu imposto de renda baixo e incentivos a pequenas empresas. Depois do feriado prolongado do Dia da Independência, ambos os candidatos trataram de economia, o assunto que mais interessa aos eleitores às voltas com prestações da casa própria, o desemprego e o preço da gasolina. Em discurso a jornalistas durante uma escala imprevista em Saint Louis, por causa de um problema técnico no avião, Obama sugeriu um pacote de 50 bilhões de dólares para evitar que mutuários inadimplentes sejam despejados de suas casas e para contrabalançar o impacto dos preços da energia. Obama também defendeu regras mais firmes para as empresas de cartões de crédito e uma lei de falências mais complacente com empresas endividadas. Acusou ainda seu adversário McCain de, a exemplo do presidente George W. Bush, favorecer os mais ricos em detrimento da classe média. "Ele confia que a prosperidade vai pingar das corporações e dos poucos mais ricos para todos os demais", disse o senador, num pronunciamento que deveria ter sido feito a eleitores da Carolina do Norte. "Acredito que é o trabalho árduo dos norte-americanos de classe média que alimenta a prosperidade desta nação." Autoridades aéreas disseram que o pouso imprevisto no Missouri ocorreu porque o tobogã usado para saídas de emergência se abriu para dentro do avião, um MD-80 da Midwest Airlines. O incidente ocorreu por volta de 10h30 (hora local), quando a comitiva decolava de Chicago com destino à cidade de Charlotte. ORÇAMENTO EQUILIBRADO Em discurso em Denver, McCain prometeu equilibrar o orçamento federal, impor disciplina fiscal e modernizar as transações do governo, o que segundo ele levaria a uma economia de bilhões de dólares. "Vetarei toda lei que tiver gastos supérfluos", disse ele. McCain defende a preservação dos benefícios fiscais adotados em 2001 e 2003 pelo governo Bush, que expiram em 2010. Ele promete dobrar de 3.500 para 7.000 dólares a dedução tributária sobre filhos menores. Já Obama defende o fim dos benefícios fiscais de Bush para quem ganha mais de 250 mil dólares por ano. Ele propõe um crédito tributário pessoal de 500 dólares e a isenção tributária para idosos que ganham menos de 50 mil dólares por ano. "A escolha nesta eleição é nítida e simples: o senador Obama vai elevar os seus impostos, eu não", disse McCain. Obama rejeita essa tese, argumentando que a classe média e os pobres pagariam menos. "Só um quarto do total dos cortes tributários [de McCain] irá para a classe média, menor de um quarto. E 95 por cento das pessoas da América teriam uma redução tributária sob o meu plano", disse Obama. Sobre as promessas do rival de sanear o orçamento, Obama foi cético. "Não só é excessivamente ambicioso. Cada observador independente que tenha examinado o plano de John McCain diz que seu plano acrescentaria um déficit de 200 a 300 bilhões de dólares por ano. Ele não especificou como iria reduzir. Sua própria campanha admite não ter propostas específicas." Sob o governo Bush, a dívida pública dos EUA quase dobrou, atingindo 10 trilhões de dólares. Bush pode deixar o sucessor com um déficit orçamentário recorde de meio trilhão de dólares. Os candidatos discordam em outras áreas ligadas à economia, como comércio e reforma da saúde pública. Ambos propõem ampliar a taxa de emprego estimulando programas que aumentem o uso de energias renováveis, especialmente solar e eólica. Mas McCain disse que as propostas de Obama nessa área são muito restritivas. "A resposta do meu adversário é não. Não a perfurações [de poços de petróleo], não a mais energia nuclear, não a prêmios para pesquisas que ajudem a resolver o problema dos carros elétricos acessíveis. Para um sujeito cujo 'selo oficial' tem o lema 'sim, podemos', a pauta do senador Obama certamente tem 'não, não podemos' demais".

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