Obama tem acordo com Índia; é criticado sobre Paquistão

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Por ALISTER BULL E PATRICIA ZENGERLE

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou 10 bilhões de dólares em acordos comerciais neste sábado após ter chegado à Índia. As negociações têm o objetivo de impulsionar as exportações e a geração de empregos após o mal-estar nas eleições legislativas. Mas o presidente provocou controvérsias ao mencionar o Paquistão. Obama voou até Mumbai, centro financeiro da Índia, e anunciou que os EUA devem relaxar seus controles de exportação para produtos ligados à tecnologia, algo requerido pela Índia e que ajudará a ampliar os laços com a potência emergentes. A visita de Obama ao país, primeira parada de um tour pela Ásia com duração de 10 dias, tem sido vista como um movimento de aproximação dos Estados Unidos à Índia num período em que Washington está tentando reavivar uma fraca economia e obter apoio para pressionar a China sobre a questão cambial. A primeira ação de Obama foi prestar tributo às vítimas dos ataques em Mumbai em 2008. Contudo, ele foi criticado por não fazer referência ao tradicional rival indiano, o Paquistão, que Nova Délhi acusa de abrigar militantes anti-Índia. Militantes escondidos no Paquistão mataram 166 pessoas em numa série de ataques ao centro financeiro indiano durante 60 horas, fazendo vítimas em hotéis de luxo, estações de trem e em um centro judeu. A Índia afirma que militantes do Paquistão estavam por trás dos ataques. "Visitamos aqui para mandar uma mensagem muito clara", disse Obama após encontrar-se com as famílias das vítimas do luxuoso Taj Mahal Palace Hotel, símbolo dos ataques. "Em nossa determinação para dar a nosso povo um futuro de segurança e prosperidade, os Estados Unidos e a Índia estão unidos." O discurso deste sábado significou um teste diplomático para Obama. Os indianos querem uma fala forte contra o apoio de revoltosos pelo Paquistão, mas Washington tem de mostrar cautela em uma linha tênue entre acalmar Nova Délhi e apoiar a aliada regional Islamabad. Mas a viagem de Obama também é a negócios, depois que a China superou os Estados Unidos no comércio com a Índia. Os 10 bilhões de dólares em acordos vão gerar 54 mil empregos nos Estados Unidos, disse o assistente da Casa Branca Michael Froman, embora a maior parte das negociações já tenha sido anunciada antes. Obama também visitará Indonésia, Coreia do Sul e Japão no tour pela Ásia em que Washington tentará evitar que os países desvalorizem suas moedas unilateralmente para proteger suas exportações. O tema será um dos mais importantes na pauta de discussões entre chefes de Estado do G20, que se reunião na próxima semana em Seul. (Reportagem adicional de C. Bryson Hull e Nandita Bose em Mumbai; Texto de Alistair Scrutton)

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