Obra na Marginal começa em 15 dias

Serra assinou ordem de serviço para construção de nova pista, além de quatro pontes e três viadutos na Tietê

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O governo estadual assinou, ontem, a ordem de serviço para o início das obras de ampliação da Marginal do Tietê. A previsão é de que os trabalhos sejam iniciados dentro de 15 dias e só terminem em setembro de 2010. As marcações de engenharia ao longo da via e calçadas já estão feitas há mais de 15 dias. Com as alterações, a Marginal ganhará uma nova pista em toda a extensão de 24,5 km, nos dois sentidos, além de quatro pontes e três viadutos, conforme adiantou o Estado no dia 29 de maio. Serão construídas quatro pontes - Complexo Bandeiras, Cruzeiro do Sul, Tatuapé e Complexo Dutra/Castelo Branco. Outros três viadutos serão reformados para melhorar a fluidez das vias local, auxiliar e expressa. Serão construídas três alças de acesso: uma na saída da Avenida Santos Dumont, outra no final da Via Dutra e uma terceira no acesso à Avenida Salim Farah Maluf. O secretário estadual de Transportes, Mauro Arce, garantiu que as intervenções serão realizadas de madrugada para não prejudicar ainda mais o trânsito na via. "Uma interdição seria caótico. Isso não será necessário porque a pista será construída no canteiro central." Serão criados desvios para diminuir os impactos no trânsito. Um plano de monitoramento está sendo desenvolvido pela Dersa e pela CET, segundo o secretário estadual. Arce também afirmou que não haverá desapropriações no trecho que será ampliado. "Seria mais barato, mas decidimos interferir o mínimo na vizinhança." A pista auxiliar da Marginal terá três faixas, podendo chegar a cinco em alguns trechos. Uma das prioridades da obra é melhorar a sinalização perto do acesso às pontes, para que os motoristas não tenham dúvidas do caminho a seguir e não causem lentidão. O primeiro passo no início das obras será o corte de árvores, uma vez que a nova pista vai ser construída onde hoje há um canteiro. No total, 899 árvores serão retiradas. Para compensar essa perda, o governo estadual se compromete a plantar outras 83 mil nas subprefeituras localizadas no entorno da Marginal. A compensação ambiental também prevê investimentos na criação de um parque linear na região da Várzea do Tietê, na zona leste da cidade, e de ciclovias. Essas intervenções custarão R$ 52 milhões. No total, a ampliação exigirá R$ 1,3 bilhão. Parte desses recursos - R$ 200 milhões - sairá das duas concessionárias que vão atuar nas obras: a AutoBan, que opera o Sistema Anhanguera-Bandeirantes, e a EcoRodovias, que assumirá o sistema Ayrton Senna/Carvalho Pinto. Já o trecho de 15 quilômetros que vai da ponte da CPTM até a Rua Ulisses Cruz, no Tatuapé, será de responsabilidade do governo estadual, a serem tocadas pela Dersa. As obras de ampliação são uma parceria com a Prefeitura de São Paulo e visam a reduzir os congestionamentos. Pela Marginal do Tietê passa em média 1,2 milhão de veículos por dia. Ela concentra 25% da lentidão medida diariamente na cidade. A Secretaria Estadual de Transportes estima que isso represente 1,7 milhão de horas desperdiçadas por ano, além de 1,5 milhão de litros de combustível. As projeções apontam que gargalos de tráfego em bairros como Tatuapé, Bom Retiro e Santana deverão ser amenizados com a construção de novas pontes e viadutos. O fluxo de veículos para as Rodovias Castelo Branco, Ayrton Senna, Dutra, Fernão Dias, Anhanguera e Bandeirantes também deverá sofrera aceleração. "Esses números são sinônimo não só de amolação como de poluição e incerteza, porque ninguém sabe o que vai acontecer quando pegar a Marginal", disse o governador José Serra. Ele ponderou, no entanto, que o investimento na via não será a solução para o congestionamento paulistano. "Ninguém tem a ilusão de que o problema de trânsito será resolvido só com obras viárias. A expectativa é de aliviar."

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