Fazer análise de solo é item essencial para a instalação de lavouras, para adotar um sistema de manejo intensivo no pasto e para manter a fertilidade do solo. São inúmeros os laboratórios que prestam esse tipo de serviço, mas, para garantir um resultado satisfatório, que é a aplicação na medida certa de adubo e calcário, é preciso coletar e enviar amostras da maneira correta. Antes de mais nada é preciso definir a cultura que será instalada no local e se a área tem a aptidão necessária, diz o especialista em laboratórios da Área de Solos da Esalq-USP, Marcos Antonio Fabiano de Camargo. ''O próximo passo é fazer análise de solo.'' Os laboratórios do departamento de Ciência do Solo da Esalq realizam, além da análise química ''composta'', ou completa (macronutrientes, acidez e teor de matéria orgânica e micronutrientes), análise física (areia, silte e argila), de gesso agrícola e análise microbiológica, entre outros tipos. MACRO E MICRONUTRIENTES Para a análise composta, que é a mais comum e avalia macronutrientes e micronutrientes, a amostragem de solo deve ser criteriosa (Veja quadro), para representar, da melhor maneira possível, a área a ser cultivada. Uma amostragem inadequada pode comprometer totalmente o cultivo. Áreas com uma mesma cultura, mas com produtividades muito diferentes, devem ser amostradas separadamente. ''O mais importante é que a amostra seja homogênea'', diz o químico responsável pelos laboratórios de Solos da Embrapa Pecuária Sudeste, Gilberto Batista de Souza. O resultado da análise de solo na Embrapa fica pronto em 15 dias. Na coleta, ao misturar as subamostras, deve-se quebrar torrões de terra e retirar pedras, gravetos e outros resíduos. Se a terra estiver muito úmida, a recomendação é esperar a amostra secar para não danificar a embalagem de papel durante o envio. O material, levado pessoalmente ou enviado pelo correio, deve ser identificado com o nome da área coletada, a profundidade e a data de coleta, além do nome da propriedade e do proprietário. O pesquisador-científico Heitor Cantarella, do Instituto Agronômico (IAC-Apta), da Secretaria de Agricultura de São Paulo, diz que a análise de micronutrientes é tão importante quanto a análise básica, mas, às vezes, ela é negligenciada pelo produtor. O IAC coordena o Programa de Controle de Qualidade em Análise de Solo. Camargo, da Esalq, explica que a recomendação geral é coletar o solo a uma profundidade de 20 centímetros, mas essa medida pode variar conforme a cultura que será instalada. ''Para o arroz, por exemplo, 20 centímetros de profundidade é ideal. Para um capim como sistema radicular mais denso e profundo, a coleta até 40 centímetros de profundidade pode ser mais adequada.'' Para o produtor que já tem o hábito de fazer análise de solo, Camargo recomenda guardar os resultados e fazer um banco de dados com as informações fornecidas pelos laboratórios. ''Com esse histórico, que inclui a cultura e tudo o que já foi aplicado no solo, e em que quantidade, o produtor tem como controlar melhor as necessidades do solo e economizar em adubo e calcário.'' De acordo com Camargo, com o resultado da análise de solo nas mãos, um técnico particular pode fazer a recomendação adequada de fertilizantes e a correção, se necessária, de acidez. O químico da Embrapa Pecuária Sudeste recomenda ao produtor que não tiver um técnico particular procurar um agrônomo em cooperativas ou casas de agricultura, para ter orientação na hora de aplicar adubo e calcário. A Esalq recebe amostras pelo correio ou pessoalmente. Para enviar o material ao laboratório, a recomendação é acondicioná-lo em caixas ou sacos plásticos, fornecidos pelo laboratório, e encaminhá-lo junto do questionário preenchido. O resultado sai em 30 dias. No IAC, o resultado leva 15 dias para sair e, se o produtor quiser, é emitido um parecer de recomendação de calagem e adubação, baseado na cultura que se pretende instalar na área. O relatório ''extra'' custa R$ 5.