O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) acionou 2.100 megawatts (MW) de termelétricas a óleo para manter o nível de segurança dos reservatórios diante do atraso das chuvas provocado pelo fenômeno climático El Niño, informou em nota nesta quinta-feira. O despacho das térmicas ocorre a partir desta quinta-feira, para evitar que seja ultrapassada a Curva de Aversão ao Risco (CAR), que define níveis mínimos de armazenamento de energia em cada região para atender a demanda. No Nordeste, o nível de armazenamento dos reservatórios está em 37,4 por cento, apenas 5,3 por cento acima da curva. No Sudeste/Centro-Oeste o nível é de 41,8 por cento (11,5 por cento acima da CAR), enquanto no Sul esse nível é de 38 por cento e no Norte, 46,4 por cento. "Está dentro da normalidade da operação", disse o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, ao ser questionado sobre o acionamento das térmicas a óleo, nesta quinta-feira. Desde setembro, já havia indicação da necessidade de ligar térmicas a óleo para manter os níveis-meta, segundo o ONS, que preferiu evitar a adoção da medida. "Com isso, evitou uma despesa de 1,4 bilhão de reais em custos de geração que iriam impactar os consumidores brasileiros via Encargos de Serviços do Sistema", informou, em nota. "Como as chuvas atrasaram, o ONS iniciou o despacho de 70 por cento do indicado nos procedimentos operativos de curto prazo (3.000 MW em térmicas a combustíveis líquidos)", acrescentou. O diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, disse, na terça-feira, que nos últimos dias o nível dos reservatórios de hidrelétricas caiu, mas a situação ainda era de conforto. Entretanto, o custo pelo uso de térmicas na geração de energia neste ano deve superar o 1 bilhão de reais gasto no ano passado, informou. (Por Anna Flávia Rochas e Leonardo Goy)
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